Decidi fazer uma pesquisa ao meu congelador para ver o que tinha para lá. Acho que devo de ser acumuladora de comida, pois tinha o meu congelador cheio de carnes congeladas, desde bifes, carne de porco, pernas de frango... enfim, desconhecia que tinha metade das coisas e acabo por comprar novamente sempre que vou às compras (rhsss, se pudesse agora espancava-me). Continuando, encontrei um pato inteiro congelado. Sim, lembro-me de o ter comprado. Era para fazer no meu aniversário de namoro, ups...não fiz. Depois lembro-me que era para o aniversário da minha filha - também não fiz, adiei para o dia dos namorados - ups outra vez, e por aí em diante... mas foi desta.
No post anterior abri uma porta para um lado mais íntimo de mim... Revelei coisas que nunca tinha revelado desta forma. É certo que em conversas com as minhas gajas já tinha tocado em certos pormenores, mas nunca de forma estruturada e que me levasse a querer ir mais além... Tenho vontade de partilhar a minha intimidade com vocês... E curiosidade em saber se sou a única a ter estes pensamentos e a sentir certos desejos e certas sensações...
Ai, isto de estar em casa é muito giro! Estar com as crianças, tempo de família, casa em ordem, dieta nem por isso... Sexo, também sofreu actualização recente... Exercício físico, se o sexo conta, done, se não conta, temos as aulas on line... Mas e o que fica a faltar? Trabalho/emprego não conta! Realmente o que fica a faltar é liberdade! SIM! LIBERDADE! Liberdade de sair, de passear, de ir à praça, ao cinema, ao teatro, de sair só por sair e de JANTAR DE GAJAS!!! Sim, é disso que tenho mais falta...
Eu quero e exijo um jantar de gajas!
Quando pensei fazer um post sobre esta temática nunca pensei na extensão de conteúdos que poderia abordar... nem sequer imaginei que me aguçasse a curiosidade e me levasse a uma pesquisa tão gratificante.
Realmente são tantas as ramificações deste tema e quando começo a desenvolver uma ideia surge-me logo uma outra tão interessante como a anterior... Um mundo por explorar, sem dúvida... Mas vamos por partes:
Com 3 letrinhas apenas
Se escreve a palavra Mãe
É a palavra mais bonita
Que o mundo tem
A palavra Mãe é uma palavra
universal… escreve-se e diz-se de muitas maneiras, consoante o país e língua,
mas o seu significado, o seu sentido é, maioritariamente, só um: Amor. No
entanto não é um amor qualquer! O amor de mãe é um amor que ultrapassa tudo, ou
pelo menos é isso que elas tentam transmitir…
No seguimento do post anterior sobre fumar na gravidez e cumprindo a promessa feita irei tentar expor fielmente duas opiniões que se distinguem nesta temática. A do totalmente contra o tabaco na gravidez e uma grávida que fumou na gravidez.
Ora está aqui está um assunto que tenho a certeza que vai gerar muita polémica... É um tema, sem dúvida muito delicado e sugerido por uma seguidora nossa...
Quando recebemos o mail da Maria soubemos logo que teria de ser eu a escrever este post. Vou explicar-vos porquê...
Hoje faço 40 anos, virei quarentona!! E sinto que algo em mim mudou. Não digo que foi da noite para o dia, são pequenas alterações que tenho vindo a notar nos últimos tempos... em vários departamentos... para começar sinto-me mais decidida nas minhas intenções e decisões... Inclusive já algumas amigas mais chegadas mo transmitiram... Já não estou para perder tempo com o que não me alimenta a alma. Sinto-me mais eu! Com mais projectos pessoais, com mais reivindicações, com mais exigências, com mais desejos...
Como sobreviver ao isolamento com filhos. Ideias úteis para aproveitar o tempo - Parte II
março 30, 2020
Realmente este tempo em casa tem muito que se lhe diga... E se por um lado temos crianças que se entretêm sozinhas por outro temos as eternas insatisfeitas... Quantas de nós já não pode ouvir a palavra Mãe? Maaaaãeee, onde está isto? Mãe, onde está aquilo? Maaaaãeee onde estás? Preciso de ajuda. Mãe, anda brincar comigo... Mãe, mãe, mãe... Atenção, não querendo discriminar, também existe Pai, Pai, pai...
Pai, hoje é o dia do Pai e, em vez do postal escrevo-te esta carta. Mas esta carta não é uma carta qualquer... esta é uma carta de penitência, de culpa e de arrependimento. Esta é uma carta de pedido de desculpa, esta é uma carta a pedir perdão...
Como eu gostaria de poder e de ter a coragem de te dizer pessoalmente, mas as palavras custam a sair da minha boca...
Desculpa Pai! Desculpa não ter feito o que me pediste, desculpa não ter ido para casa quando não tive aulas e em vez disso andei por aí. Desculpa ter saído à noite quando mo pediste para não o fazer... Desculpa ter pensado que era imune ao vírus, desculpa a minha arrogância a pensar que comigo era diferente, que era imune e imortal... Agora sei, da pior forma que também nos acontece a nós, e pior, a ti...
Sim Pai, fui eu! FUI EU!!! Fui eu que te passei o vírus.. Fui eu, a quem tu sempre protegeste e amaste que te pôs nessa cama, que te deixou assim... Frágil, sem forças, sem capacidade de lutar sozinho..
Desculpa Pai! Desculpa não ter pensado nos teus diabetes, desculpa não ter pensado em ti, desculpa não ter respeitado a nossa família...
Como eu me arrependo!! Agora em casa vejo como a mãe é frágil sem ti, como eu não sou nada sem ti... Os dias passam e a culpa aumenta cada vez mais... Na minha cabeça saem constantes porquês... Porque saí eu? Porque cedi à pressão dos meus amigos para sair? Porque não vim para casa? E as pessoas com quem tive? Infetei alguém? A vizinha de cima também está internada, e acho que muito mal, a filha disse que derivado à idade não deve de resistir... Será que também fui eu? Eu subi com ela no elevador... E todos os outros que também usaram o elevador? Aí pai!! Desculpa!! Não aguento! Não suporto esta dor... De pensar que um acto de rebelia minha te colocou nessa cama de hospital... Aí dói tanto!!! Fica bom Pai... Por favor!! Eu não quero viver com esta culpa colada a mim...
Desculpa Pai!! Desculpa....
Eu amo-te tanto... Não quero viver sem ti.. fica bom... Fica bom... Por favor... Fica bom...
Nota: esta carta é fictícia,... Foi escrita para tentar sensibilizar para certos comportamentos face à situação que estamos a passar... Sejamos conscientes e responsáveis... Protege os teus não saindo de casa. Pode acontecer-te a ti...
Força
Maria
Recentemente fomos contactadas por um canal da televisão portuguesa para irmos falar sobre um post nosso... Mais precisamente a Anouk sobre o seu post de não querer ter filhos...
Foi muito gratificante para todas nós e motivo de orgulho, e foi com muita pena que tivemos que recusar..
O intuito desta participação seria para perceber que tipos de problemas e obstáculos é que as mulheres ainda se deparam em pleno século XXI.
Ora, foi algo que me fez pensar... Sei que a maioria dos indivíduos são escravos da sociedade e de certos parâmetros por ela definidos.. mas e a mulher? Até que ponto é refém de anos e anos de tradições e de uma educação de serventia à família?
Sempre fui uma pessoa super independente e habituada a desenrascar-me sozinha e a não depender de ninguém... mas tive como base familiar uma estrutura tradicional de família.. em que as tarefas domésticas estão todas a cargo da mulher, mesmo mantendo um trabalho externo.
Nunca me passou pela cabeça depender de ninguém, mas a verdade é que essa vivência que tive na minha infância influência a minha vida..
Felizmente tenho um homem ao meu lado que também é super autónomo na vida doméstica e familiar... Mas confesso que raramente o deixo chegar-se à frente, e se isso por acaso acontece fico com sentimento de culpa... Por ter sido ele a fazer e não eu... E quando tomo a iniciativa de ser eu a fazer, fico fula por não ter tempo para mim e danada com ele por ele ter esse tempo. Eu sei!!! É de doida!
Mas com isto quero eu salientar a forma como a mulher é vista e se quer ver na sociedade... Somos bombardeadas constantemente com ideais de Mulher, das mais variadas formas, até em meros anúncios da TV em que a mulher/mãe está sempre perfeita, arranjada, pintada, penteada, silhueta invejável e que transmite um estado de calma invejável (aquela mãe nunca irá perder o controle com os filhos) e para além de tudo isso, a relação com o marido é perfeita!
NÃO ME LIXEM!!! O dia tem 24 horas, correcto? Então vamos lá:
Trabalho, cerca de 9/10 horas com deslocação;
Temos de ter corpo tratado, mais 2 horas de ginásio;
Os filhos necessitam de ajuda nos trabalhos de casa, assim como tempo de brincadeira em família - mais 2 horas e mais 1 hora caso tenham alguma actividade;
As famosas lides domésticas, onde vou já incluir as refeições, mais 2 horas;
Vamos em quantas horas? Cerca de 17 h, mas ainda falta o tempo de casal... Pois já dizia o outro: uma Lady na mesa uma louca na cama... Pois é... E quanto temos de sono de beleza? Dizem que devemos de dormir cerca de 8 horas para o nosso corpo recuperar... Pois, pois... E gostos nossos, talvez ler um livro? Ver um filme? Estar com as amigas?Simplesmente só estar só nós... Sem pressões de perfeccionismo... Há tempo?
Tarefa difícil esta, a de ser mulher nos dias de hoje...
Dou a mão à palmatória.. sou uma das que quer ser perfeita, mesmo sabendo que não é condição à minha felicidade.. acho que deve de estar relacionado com o sentimento de pertença.. o de pertencer a algo e de ser reconhecida...
Tenho consciência disso e no entanto continuo a tentar ser perfeita... E tentar fazer e ser tudo... Boa dona de casa, boa profissional, boa amiga, boa esposa, boa mãe.. mulher exemplar..
Não quero falhar.. e sei que sou eu que me pressiono a tal... É uma dualidade de sentimentos estranha... Sei que estou a proceder mal e, no entanto não consigo parar...
Eu sei:
Não temos de ser perfeitas para sermos felizes... Não temos de agradar aos outros... Temos de nos agradar a nós...
Eu sei!
BE Happy
Maria
Está a chegar o dia de São Valentim, o dia dos namorados, o dia do amor... Ou o dia em que as floristas ganham pelo ano todo, e as perfumarias também, os cinemas, as lojas de brindes, e por aí fora... E a noite em que todos os restaurantes enchem e onde os apaixonados seguem comportamentos como rituais aos quais não podem falhar (aí daquele que o ouse!).
E lá vamos nós como formiguinhas no carreiro seguir o que a maioria dos namorados fazem...
E que tal desviarmo- nos um pouco do caminho? Atreves-te a arriscar?
Seguem algumas sugestões, algumas românticas outras mais ousadas para festejarem este dia de uma maneira diferente.
Um jantar temático em casa
Escolhe um menu específico e combina tudo em redor: ambiente, menu, modo de vestir, etc... Seguem ideias:JANTAR 1- jantar chinês, com pauzinhos e crepe, vestida de chinesa (só com o vestido e dar lhe a entender que é só o vestido que se está a usar);
JANTAR 2- para as mais tímidas, jantar normal e no decorrer da noite ir tirando peças e servir à medida que serve o prato. Por exemplo, com as entradas vai um pratinho com um envelope com a mensagem "estás preparado?", com o prato principal um pratinho com o sotien e na sobremesa no prato seguem as cuecas... Mas sejam firmes.. têm de acabar a refeição para o atiçar ainda mais;
JANTAR 3- Para as mais ousadas, sushi... Onde servem a refeição de lingerie ou mesmo só com o avental 😁
Oferecer uma prenda diferente
PRENDA 1 - um porta chaves com uma chave. Ele/a tem de tentar descobrir do que é a chave... e a chave é da prenda final: um cofre pequeno decorado por fora com fotos vossas e por dentro, forrado a veludo e com pequenos adereços sexuais, como algemas, venda, peservativos com sabores, roupa interior comestível, lubrificantes, talvez um chicote... por aí fora... Vai adorar.PRENDA 2- Uma caixa grande, com outra mais pequena por dentro e ainda outra mais pequena... a última caixa cheia de cheia de post its cada um a dizer algo que gostamos do parceiro e por fim um envelope com a ilusão de ser um simples postal, mas por dentro tem um voucher feito por ti com uma escapadinha de fim de semana.
PRENDA 3- Um bilhete duplo para um espectáculo, concerto, exposição ou teatro em que nunca pensariamos ir, mas pela nossa cara metade vamos, pois sabemos que ele/a vai amar.
PRENDA 4- Uma inscrição, ou um período de experimentação de 1 a 3 meses num ginásio, com a variante de escolher se é um projecto a 2 ou só para 1.
Para lá dos limites
Independentemente do que possam ter planeado podemos sempre:IDEIA 1 - Logo de manhã, mandar uma mensagem a desejar o bom dia e a dizer que tivémos um sonho especial com ele/a ( a mensagem pode ser por papel ou sms); depois mais tarde destapamos um pouco o véu e dizemos que acordámos molhadas; mais tarde outra mensagem a referir que o desejo está cada vez mais forte... e assim durante todo o dia... até estarem juntos... Acreditem, quando tiverem juntos o motor já vem mais que quente;
IDEIA 2- Combinarem um encontro em que vão fazer de conta que não se conhecem e a partir daí entram num jogo de sedução e de provocações que tem obrigatóriamente acabar na cama... se morarem juntos um fica encarregue de modificar um pouco o quarto para fugir à rotina do casal, se morarem separados escolhem em qual casa ficam ou porque não tentar um motel? fica a ideia;
IDEIA 3- Bilhetes numerados estrategicamente espalhados pela casa e para serem vistos pela ordem correcta, onde vão dizendo o que gostaríamos que ele/a nos fizesse a nível sexual e/ou inverso -o que nós vamos fazer a essa pessoa. Talvez algum desejo mais audaz que tem estado "esquecido".
IDEIA 4- Um embrulho com uma lingerie e um bilhete a oferecer uma sessão de massagem relaxante, estimulante e sexual, com óleos cheirosos, música ambiente, velas e que essa lingerie é para a massagista usar...
Estas são algumas sugestões que poderemos aproveitar... Escolham uma ou duas ou mais, combinem, usem ou sirvam-se delas como inspiração... Mas acima de tudo aproveitem o dia a 2 sem clichés, sem tabus e com muito amor e principalmente muita PAIXÃO... Mostrem que amam e que desejam o vosso par... E disfrutem ao máximo...
BE HAPPY
Maria
Quem nunca sentiu que a sua vida foi alterada de um momento para o outro? Quem nunca viu o seu mundo dar uma volta de 180 graus ou mais?
E que de repente, do nada tudo muda...
Aquilo que nós pensávamos ter certo e de alguma forma ser parte da nossa rotina e vida.. deixa de fazer parte... Seja pessoa(s), relação, trabalho, estabilidade, bens, etc...
E O QUE FAZER, QUANDO O DESTINO NOS PUXA O TAPETE?
Dependendo da situação, é claro, cada caso é um caso... Mas acho que passamos por algumas fases digamos interessantes... Às quais, infelizmente, me sinto familiarizada. Passo a descrever :
- FASE DA RECUSA
Nesta fase temos uma recusa (não sei bem adjectiva-la. Se é imaginária, se é inconsciente...) em que nos sentimos dentro de uma bolha, como se fosse um sonho/pesadelo e que esperamos intensamente que passe e que volte tudo como era;
- FASE DA REVOLTA
Quando 'acordamos' e constatamos que sim, está mesmo a acontecer.. Ficamos incrédulos... Como? Como é que isto aconteceu?? COMO???? Não pode... Não é possível... É nesta fase que perdemos o controle... Em que nos apetece partir tudo e todos... E até por vezes a nós..
- FASE DA DEPRESSÃO
Questionamos, a nós e por vezes a algo superior o porquê? Porquê a mim?
Também identifico esta fase como a fase da autocomiseração... Ou seja, onde sentimos pena de nós próprios e nos fazemos de coitadinhos... (há muita gente que nunca sai desta fase...);
- FASE DA ACEITAÇÃO
Esta fase já exige, na minha perspectiva, alguma maturidade... Pois temos de ACEITAR uma condição que não nos é favorável e só uma pessoa madura e de alguma forma humilde, o consegue fazer.. - de ressalvar que é necessário assimilar esta fase para passar para a seguinte...
- FASE DA LIBERTAÇÃO/ADAPTAÇÃO
Como referi anteriormente só com a nossa aceitação do sucedido é que conseguimos seguir em frente... Não digo esquecer... Digo assimilar, aceitar, adaptar e avançar...
Posso dizer que já passei por todas estas fases e mais que uma vez... E que nunca é fácil... Apesar de não ser estreante, todas as vezes doem... E até parece que doem cada vez mais...
Acho que ter consciência delas também ajuda. Por isso bora lá! Respira fundo, avança para cada fase, assimila e atira-te à viagem da vida...
É fácil? NUNCA!!!
É possível? SEMPRE!!!
POR ISSO FORÇA E CORAGEM
Be Happy
Maria
P. S. - As fases são sempre mais fáceis se tivermos ao nosso lado um apoio amigo e/ou familiar...
Existem momentos da nossa vida em que os astros estão alinhados na nossa órbita... Mesmo sem nós nos darmos conta...
Digo isto porque por vezes nós estamos bem e nem damos por isso.. Só o conseguimos enxergar quando o tapete nos é puxado... Quando a tempestade chega...
E aí já é tarde demais... Quantos de nós já não tivemos essa sensação? Seja com empregos, relacionamentos e até com bens materiais...
Quero com isto dizer que nós, na nossa rotina, na nossa bolha quotidiana não olhamos com olhos de ver para o que temos e por isso não damos o devido valor.. Tomamos tanta coisa como garantida...
Tanta coisa... E nada é nosso para sempre, nada é eterno... E só damos mesmo valor é quando a/o perdemos... Ou pior nunca sequer damos conta do que realmente temos... Ou podemos ter...
Estamos tão entregues a atingir algo que acabamos por desprezar o que temos.
Estou me a lembrar de uma história que ouvi há muitos anos... A história de um rapaz que foi pedir ao rei a mão da sua filha. O rei prometeu a mão se o rapaz cumprisse uma tarefa: passear pelo Reino com um copo cheio de água sem derramar uma gota. O rapaz assim o fez e quando voltou ao rei com o copo ainda cheio o rei perguntou:
- Viste o meu jardim? As flores que agora florescem?
- Não meu rei, não vi...
- Viste o meu lago? Onde os cisnes passeam?
- Não meu rei, também não vi.
- E os meus tapetes persas, vislumbraste a sua beleza?
- Lamento meu rei, mas também não vi...
Então responde o rei:
- Volta e observa todo o meu Reino e traz o copo cheio e terás a tua recompensa.
Com esta lição quiz o rei mostrar ao rapaz que por vezes estamos tão dedicados a um fim específico que não aproveitamos as belezas e oportunidades que se deparam nesse nosso caminho...
E acho que é um pouco isso que acontece com muitos de nós. .. Estamos tão embrenhados no carreirinho que não paramos, não olhamos, e não aproveitamos a jornada. E quando chegamos ao fim damos conta que afinal perdemos mais do que ganhámos..
O equilíbrio é difícil, às vezes os estímulos são muitos e deixamos cair algumas gotas de água, outras vezes não cai água mas não vimos o que nos rodeia.
A difícil arte do equilíbrio.. Será assim tão difícil? Acho que é mais uma questão de prioridades.
Queremos sempre mais e mais e mais, mesmo quando já temos tudo... Penso que temos de nos cingir ao que verdadeiramente interessa para o conseguirmos... Até o melhor malabarista quando tem excesso de objectos deixa cair algum... Pensem nisso...
Be Happy
Maria
Ora aqui está um assunto muito (pouco) conveniente para esta altura do ano! Pelo menos para mim... As resoluções para o novo ano. Quem já fez as suas? Quem ainda não as fez? Quem nunca fez? E quem já conseguiu cumprir as que estipulou? Ou melhor, quem se lembra de quais eram?
Normalmente costumo enumerá-las mentalmente:
0. Deixar de Fumar
Esta resolução é uma das primeiras a surgir no plano de muitas pessoas. Também já foi a minha. A partir da meia-noite já não fumo nenhum! Dizia eu. Devia de ser verdade, à meia-noite lembrava-me lá eu desta resolução para o novo ano! Mal brindava com o champanhe e as passas, agarrava logo o copo de sangria e no meu "querido" cigarro. Felizmente já deixei de fumar, mas não foi de certeza devido a nenhuma resolução de ano novo.1. A famosa dieta
que deve de ser resolução de cerca de 80% da população (sendo que apenas uma minoria a consegue realizar). No que toca à minha pessoa devo de dizer que fico bastante empolgada no início, com data certa e tudo, mas com uma conta exorbitante no supermercado de legumes, chás, frutas e afins... Mas depois, depois.. Depois a minha barriga faz barulhos estranhos, e vou comer as minhas verduras enquanto faço o jantar das minhas meninas e aí vacilo e acabo por ir roubando directamente da panela com a desculpa de estar só a provar o tempero. Mas o pior, o pior é mesmo o fim de semana com os irrecusáveis convites de jantares e de socialização. E aí não dá, não dá mesmo! E a dieta dura no máximo 2 semanas e cheias de batotas pelo meio.2. Exercício físico (outro mito)
realmente as inscrições nos ginásios têm um aumento significativo nesta altura do ano, mas a meio do mês. . Vocês sabem! Está frio, chove, está trânsito e chego 5 minutos atrasada e assim já não vale a pena... Estou cansada... Bla Bla Bla3. Mais tempo dedicado à família
(marido incluido) , tempo de qualidade. Sim sim, deve de ser verdade! Entre fazer jantares, banhos de 2 crianças, roupas lavadas, estendidas e passadas a ferro (desculpa Anouk, ainda não estou domada).. Vou tentando dispor de alguns minutos de paciência e de sorrisos antes de eu adormecer...Ou talvez umas feriazitas diferentes.. Aí já deve de dar... Boa! Vou já reservar 😁
4. Passar mais tempo com as amigas
O que tem implicações directas no ponto 1... Mas, são pormenores... Por isso fazemos promessas de que este ano é diferente! Que este vamos jantar mais vezes... uma vez por mês.. Está decidido!! Pois! Pois!5. Evoluir no trabalho, ou mudar de trabalho
O objectivo que nem sempre está dependente de nós, apesar da nossa atitude ser um factor muito importante.. e para não falar que dá trabalho ;)6. O dedicar mais tempo a nós próprios e só a nós
(esta devo de conseguir se passar mais tempo no WC e com sorte!);Enfim surge um leque de objectivos que aspiramos para o novo ano aos quais dedicamos mais tempo a planeá-los do que a concretizarmos. Pelo menos é o que me acontece! Por isso este ano não vou fazer nenhuma lista nem mental nem escrita.
Vou planear não planear...
PARÁGRAFO À PARTE:
Devo de confessar que enquanto estava a escrever neste post entrei num conflito interno. Pois um houve um ano em que fiz juntamente com a minha filha, uma lista de objectivos a cumprir para esse ano (incluindo a dieta) e que conseguimos realizar todos e devo de dizer que foi bastante gratificante para ambas.
😁
Be happy
Maria
Como referi no post anterior, eu adoro o Natal e toda a confusão em família e do calor humano que se instala por todo o lado...
Mas tenho noção que nem todos os Natais são iguais e que nem todos têm o privilégio e às vezes, também a disposição de viver o Natal como ele deve de ser vivido.
Eu também já tive um Natal em que quis recusar o seu festejo, apenas queria ficar sozinha no meu canto sem ninguém ou nada me chatear. .
Aconteceu porque perdi alguém muito especial e importante para mim e, por isso, senti que não havia motivo para rir, para comemorar, para festejar... Pior ainda: revoltava-me ver tantos sorrisos... Porquê? Porque se riem? Estarão indiferentes à minha dor? Pensava eu para mim.. Será que só eu sinto a falta daquela pessoa que partiu? Ela não era importante para vocês? Continuava a minha mente a massacrar- -me... Mas, então percebi... A minha família está a possibilitar-me uma lição.. De que a saudade fica, a dor persiste mas o legado que essa pessoa deixou é muito mais forte! O legado da sobrevivência por amor... O legado da continuidade.. A frase cliché de que - 'ela lá em cima não quer ver-te triste e a chorar. Quer ver-te feliz'- e que resulta... E, por isso, voltei a rir no Natal, a comemorar o Natal, a festejar o Natal e a viver a vida... (obrigada família!)
No Natal também surgem muitas iniciativas de solidariedade onde expõem levemente certas realidades das quais nós temos conhecimento generalizado e só, pois dói aprofundar e por isso até somos capazes de contribuir monetariamente ou materialmente mas é só... Contribuímos e já está!!! Ninguém se lembra da dor de quem sofre de cancro e da respectiva família quando põe a moeda na latinha amarela; ninguém reflete nas famílias que passam o Natal no hospital e dos filhos que estão internados quando se fala do nariz vermelho; quando vemos na TV os jantares para os sem-abrigo nem imaginamos o sofrimento, frio e medo destas pessoas a dormir nas ruas durante todo o ano; e quando entregamos o saco do banco alimentar não temos a verdadeira consciência da fome, sim da FOME, que certas famílias têm e passam na véspera de Natal...
Não sei se estou a ser hipócrita ao referir isto, pois, felizmente, a minha mesa é farta. Mas contribuo nestas acções e outras (nem sempre em simultâneo) mas, principalmente, rezo por eles e agradeço a bênção de ter tudo o que tenho: saúde, amor, família, comida e teto...
O Natal tem várias caras... Vários espíritos, vários festejos e sentimentos... Espero é que no meio de tanta azáfama e correria de prendas não fiquemos indiferentes a situações e a pessoas desfavorecidas... Sejam sensíveis, solidários e ensinem os vossos filhos a ter essa sensibilidade e visão abrangente da condição humana.. Hoje podemos ajudar mas amanhã poderemos ser nós a necessitar de ajuda..
Be Happy
Maria
Confesso que sou adepta do Natal... Das cores, das luzes, das músicas, dos cheiros... Relembro da minha infância a ansiedade e a expectativa deste dia... Muito pelas prendas, é verdade, mas, também por todo o conjunto maravilhoso característico do Natal... Recordo vivamente os serões de cinema (o famoso sozinho em casa, Mary Poppins, Anne...) acompanhados do cheiro das filhoses, de ir roubar a massa e ouvir as mulheres da cozinha a refilarem: "sacana da miúda..." Às vezes tinha a companhia do meu primo e aí era a galhofa total... Fazíamos turnos onde um fazia a vigia e o outro ia descobrir onde estavam as prendas-sim porque tinham de as esconder para nós não as abrirmos antes do tempo.
E ver a mesa.. Com a toalha característica, cheia de tentações às quais nesse dia tínhamos autorização para ceder... As gargalhadas dos adultos, os berros dos adultos a refilar com o nosso barulho.. As perguntas constantes de: quanto tempo falta? Já é meia noite? O teimoso e vagaroso relógio... E, finalmente a euforia total... As prendas...
Nessa noite adormecia desejosa de acordar para brincar com as prendas e voltar a ter os cheiros, os barulhos, a toalha de Natal e a mesa cheia de confusão mas de vida...
Memórias únicas e por mais que o tempo passe não se desvanecem da minha memória.
Tento agora recriar toda este enquadramento natalício com a minha família.. Pois, porque para mim sim, esta é uma das épocas do ano mais desejadas. E adoro, repito ADORO o Natal e toda a sua magia.
Adoro escolher as prendas, adoro oferece-las... Gosto do stress (saudável) de preparar a comida, a mesa, toda a decoração, da árvore cheia de prendas.. De fazer agora eu as filhoses com a minha filha, de cozinhar com o meu companheiro ao som das músicas de Natal e com os respectivos barretes de Pai Natal... Adoro as nossas gargalhadas à mesa e os nossos gritos para as crianças se acalmaram... Responder às constantes perguntas de quanto tempo falta para a meia noite.. E de finalmente oferecer as prendas tão desejadas e ver os seus sorrisos...
Admito que hoje a percepção do Natal possa ter mudado um pouco (ou não tão pouco) e que a visão que eu tinha do Natal enquanto criança não é a mesma que a minha filha tem, mas acredito que todas as experiências natalícias que possa proporcionar às minhas filhas também irão ficar gravadas nas suas memórias e corações e serem relembramos tal como eu me recordo das minhas com a minha família.
Muito se ouve dizer que o espírito do Natal se perdeu e que agora existe muito consumismo... Não digo que não! Eu sou consumista e adoro comprar e dar prendas, mas isso não invalida que não sinta o espírito do Natal... Sinto com toda a intensidade, com as minhas filhas, com o meu marido, com a minha família de sangue, com a minha outra família, com colegas, amigos, conhecidos e desconhecidos... Porque o Natal está no coração e tudo o que ele representa eu tento fazê-lo todo o ano, mas nesta altura posso manifestar de outras formas...
Por isso, acho que a magia do Natal não se perdeu... Apenas a vivemos de outra forma... Apenas temos que manter vivas as coisas mais importantes.. E criar memórias de amor, solidariedade e união...
FELIZ NATAL
Be Happy
Maria
Todos sabemos, apesar de não o mencionarmos, nem nos lembrarmos diariamente, que a nossa presença neste mundo/universo é passageira.
Todos sabemos que um dia teremos todos o mesmo final, e, penso que, na generalidade, não deixamos esse peso interferir no nosso dia a dia.
Mas se, ao invés de associarmos esta constatação a nós próprios começarmos, ou pior, formos forçados a transpor aos nossos entes queridos..
A muitos de nós nunca nos passa pela cabeça até essa realidade cair como bomba nas nossas vidas...
Acho que nunca estamos preparados para tal... Os indícios estão lá, mas nós nunca os vemos.. O nosso interior recusa-se a reconhecer as fragilidades dos nossos progenitores, sejam elas físicas, sejam elas do foro psicológico. Aos nossos olhos aquela mulher vai ser sempre aquela matriarca que comanda a família com uma energia e força incomparáveis em simultâneo com um olhar doce carregado de amor e ternura... Aos nossos olhos aquele homem será sempre aquele pilar inabalável que não se desmorona nunca... Aos nossos olhos serão sempre eles que nos vão orientar e apoiar quando estamos perdidos e sem forças...
Mas quando são eles a cair? Quando são eles que precisam dessa força, quando são eles que precisam desse amor e dessa ternura?
Qual é a nossa percepção em relação a isso? Qual é a nossa atitude?
Não é fácil! De repente (não assim tão de repente) passamos de protegidos a protetores e isso assusta... Assusta a falta de apoio a nível governamental (é melhor nem entrar por ai), a nível familiar, a nível financeiro, entre outros... Mas, na minha opinião, o que realmente assusta é o receio de não estar à altura... Como eles estiveram...
Penso que essa dúvida, a de não estar à altura, é totalmente inerente ao amor... Quem ama preocupa-se! E decerto que também eles tiveram esse receio, e que em muitos caminhos se depararam com imensas dúvidas e inseguranças, mas nem assim abandonaram o barco... E quantas vezes se devem de ter questionado e até massacrado que a decisão que tomaram poderia não ser a mais correcta... Mas, nós sabemos que, no final das contas, eles estiveram à altura...
A culpa, por vezes também teima em nos acompanhar... Poderia ter feito de outra forma, talvez outra opção seria mais benéfica...
Quando observo alguns idosos que estão entregues a essas circunstâncias e imagino o que vai nos seus pensamentos, e tento até ler as suas almas através dos seus olhos... Não querendo ser generalista, ou tendenciosa, devido ao receio que tenho em mim nesta altura da vida, mas sinto um olhar vazio e desprovido de emoções... Tento adivinhar como eram em jovens... Boas pessoas, pessoas menos boas., o quanto trabalharam, o quanto deram aos seus.... Mas no fim todos estão iguais: frágeis, vazios, tristes, entregues e à espera do que sempre recearam... Sei que nem todo o envelhecer é igual, falo aqui apenas de quem não tem autonomia para estar entregue a si e está entregue a terceiros.
Como será comigo? Sou apologista e espero que se não tiver condições de estar só que me seja possível esta alternativa.
Estarei a ser demasiado derrotista e crua? Ou será de alguma forma a culpa a dar conta de mim?
Não, não é fácil.. Não é fácil! Não é fácil deixar essa pessoa que me deu tanto, que dedicou tanto da sua vida a mim com desconhecidos... Não é fácil confiar nesses desconhecidos... Não é fácil perguntar se está tudo bem, quando sabemos que ela não está em pleno... Não é fácil dar um beijo de até para a semana sem ter a certeza de que vai acontecer... Não é fácil não nos sentirmos culpados quando saímos e ouvimos a porta a fechar.. Não é fácil não sentir culpa quando vamos de férias e ela não vai.. Não é fácil pensarmos que gostaríamos de lhe dizer o quanto a amamos mas que ia soar a despedida... E acabamos por não dizer.
Não é fácil... Nem para nós, nem, principalmente, para eles...
Mas espero que quando chegar a minha vez estas dúvidas surjam por parte de quem me acompanha.. Pois é sinal de amor...
Amem hoje.. Digam hoje... Cuidem hoje...
Como se não houvesse amanhã...
Maria