Como referi no post anterior, eu adoro o Natal e toda a confusão em família e do calor humano que se instala por todo o lado...
Mas tenho noção que nem todos os Natais são iguais e que nem todos têm o privilégio e às vezes, também a disposição de viver o Natal como ele deve de ser vivido.
Eu também já tive um Natal em que quis recusar o seu festejo, apenas queria ficar sozinha no meu canto sem ninguém ou nada me chatear. .
Aconteceu porque perdi alguém muito especial e importante para mim e, por isso, senti que não havia motivo para rir, para comemorar, para festejar... Pior ainda: revoltava-me ver tantos sorrisos... Porquê? Porque se riem? Estarão indiferentes à minha dor? Pensava eu para mim.. Será que só eu sinto a falta daquela pessoa que partiu? Ela não era importante para vocês? Continuava a minha mente a massacrar- -me... Mas, então percebi... A minha família está a possibilitar-me uma lição.. De que a saudade fica, a dor persiste mas o legado que essa pessoa deixou é muito mais forte! O legado da sobrevivência por amor... O legado da continuidade.. A frase cliché de que - 'ela lá em cima não quer ver-te triste e a chorar. Quer ver-te feliz'- e que resulta... E, por isso, voltei a rir no Natal, a comemorar o Natal, a festejar o Natal e a viver a vida... (obrigada família!)
No Natal também surgem muitas iniciativas de solidariedade onde expõem levemente certas realidades das quais nós temos conhecimento generalizado e só, pois dói aprofundar e por isso até somos capazes de contribuir monetariamente ou materialmente mas é só... Contribuímos e já está!!! Ninguém se lembra da dor de quem sofre de cancro e da respectiva família quando põe a moeda na latinha amarela; ninguém reflete nas famílias que passam o Natal no hospital e dos filhos que estão internados quando se fala do nariz vermelho; quando vemos na TV os jantares para os sem-abrigo nem imaginamos o sofrimento, frio e medo destas pessoas a dormir nas ruas durante todo o ano; e quando entregamos o saco do banco alimentar não temos a verdadeira consciência da fome, sim da FOME, que certas famílias têm e passam na véspera de Natal...
Não sei se estou a ser hipócrita ao referir isto, pois, felizmente, a minha mesa é farta. Mas contribuo nestas acções e outras (nem sempre em simultâneo) mas, principalmente, rezo por eles e agradeço a bênção de ter tudo o que tenho: saúde, amor, família, comida e teto...
O Natal tem várias caras... Vários espíritos, vários festejos e sentimentos... Espero é que no meio de tanta azáfama e correria de prendas não fiquemos indiferentes a situações e a pessoas desfavorecidas... Sejam sensíveis, solidários e ensinem os vossos filhos a ter essa sensibilidade e visão abrangente da condição humana.. Hoje podemos ajudar mas amanhã poderemos ser nós a necessitar de ajuda..
Be Happy
Maria
4 comentários
Gostei Maria! ❤️
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EliminarComo assistente social o Natal irrita-me! Porque parece que as pessoas só têm fome e passam mal no Natal. Da mesma forma que parece que as pessoas só são altruistas no Natal. No natal é giro dar esmolas, todos dão, que cool... E o resto do ano?
ResponderEliminarConcordo plenamente.. A miséria está presente todo o ano e para quem está dentro e é sensível às mais diversas necessidades todos os dias são bons dias para ajudar.. É só querer.. Existem diversas associações que pedem donativos diversos...
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