Temos ouvido constantemente que #vaificartudo bem. Em anúncios de TV, rádio, na Internet, redes sociais e um pouco por todo o lado. Mas, será mesmo assim? O que poderá mudar depois desta pandemia do Covid-19?
Hoje faço 40 anos, virei quarentona!! E sinto que algo em mim mudou. Não digo que foi da noite para o dia, são pequenas alterações que tenho vindo a notar nos últimos tempos... em vários departamentos... para começar sinto-me mais decidida nas minhas intenções e decisões... Inclusive já algumas amigas mais chegadas mo transmitiram... Já não estou para perder tempo com o que não me alimenta a alma. Sinto-me mais eu! Com mais projectos pessoais, com mais reivindicações, com mais exigências, com mais desejos...
Olá gajas boas!
Antes de ontem, fui informada pela minha entidade patronal que ia deixar de trabalhar por dois meses, ou seja, iam-me dar o layoff ou furlough que, aqui no UK, consiste em continuar empregada, mas não trabalhar e consequentemente não receber da empresa. Vou receber um apoio do estado que repõe 80% do salário base. Ótimo, para quem não trabalha a comissões, com um base baixo!
Como sobreviver ao isolamento com filhos. Ideias úteis para aproveitar o tempo - Parte II
março 30, 2020
Realmente este tempo em casa tem muito que se lhe diga... E se por um lado temos crianças que se entretêm sozinhas por outro temos as eternas insatisfeitas... Quantas de nós já não pode ouvir a palavra Mãe? Maaaaãeee, onde está isto? Mãe, onde está aquilo? Maaaaãeee onde estás? Preciso de ajuda. Mãe, anda brincar comigo... Mãe, mãe, mãe... Atenção, não querendo discriminar, também existe Pai, Pai, pai...
Antes de partilhar esta receita convosco, deixem-me dizer-vos que foi a primeira vez que fiz migas :)
Não tenho família alentejana nem nenhum truque da minha avó para esta receita, por isso, esta receita foi baseada numa pesquisa "base" que depois adaptei aos ingredientes que já tinha em casa.
Para a próxima tenho que melhorar o formato das migas antes de tirar a foto, eheh. Posto isto, o que quero dizer-vos é que o sabor estava bom, bastante agradável. No nosso caso, este foi o nosso almoço vegetariano. Deve ficar muito bem a acompanhar um ovo estrelado ou, numa versão mais carnívora, um prato de carne de porco (como no nosso querido Alentejo).
Esta receita é muito simples e rápida de fazer e rendeu 3 doses (refeição principal). Como acompanhamento deverá render mais.
Ingredientes:
- 1/2 pão alentejano fatiado (o que usei já tinha 3 dias)
- 1/2 molho de grelos (usei de nabo, mas podem usar de couve)
- 250g cogumelos laminados
- 6 dentes de alho picados
- azeite q.b.
- 1/2 cubo caldo knorr
- sal q.b.
- pimenta q.b.
Preparação:
Comecem por cozer os grelos, num tacho com água e sal. Não deitem fora a água da cozedura, pois será aproveitada para o pão. Os grelos devem estar já cozidos antes de incorporar nas migas.
A seguir, é altura de partir o pão aos bocados numa taça. Com a água de cozedura dos grelos (ainda a ferver) ir regando o pão até ficar todo amolecido. Se colocar água a mais, deverá retirar o excesso. Deixar repousar.
Numa frigideira, colocar os dentes de alho picados e o azeite (deverá cobrir o fundo). Começar por alourar os alhos e, quando estes tiverem dourados, é altura de adicionar os cogumelos e adicionar o meio cubo de caldo knorr e a pimenta. Deixar os cogumelos fritar.
Quando os cogumelos estiverem fritos, os grelos deverão ser incorporados a saltear. Deixar saltear uns minutos para ganhar gosto e depois é só adicionar o pão amolecido, misturar tudo na frigideira e rectificar os temperos se necessário.
Assim que o preparado estiver homogéneo, é altura de tirar do lume e servir.
A seguir, é altura de partir o pão aos bocados numa taça. Com a água de cozedura dos grelos (ainda a ferver) ir regando o pão até ficar todo amolecido. Se colocar água a mais, deverá retirar o excesso. Deixar repousar.
Numa frigideira, colocar os dentes de alho picados e o azeite (deverá cobrir o fundo). Começar por alourar os alhos e, quando estes tiverem dourados, é altura de adicionar os cogumelos e adicionar o meio cubo de caldo knorr e a pimenta. Deixar os cogumelos fritar.
Quando os cogumelos estiverem fritos, os grelos deverão ser incorporados a saltear. Deixar saltear uns minutos para ganhar gosto e depois é só adicionar o pão amolecido, misturar tudo na frigideira e rectificar os temperos se necessário.
Assim que o preparado estiver homogéneo, é altura de tirar do lume e servir.
Bon appétit!
Anouk.
Pai, hoje é o dia do Pai e, em vez do postal escrevo-te esta carta. Mas esta carta não é uma carta qualquer... esta é uma carta de penitência, de culpa e de arrependimento. Esta é uma carta de pedido de desculpa, esta é uma carta a pedir perdão...
Como eu gostaria de poder e de ter a coragem de te dizer pessoalmente, mas as palavras custam a sair da minha boca...
Desculpa Pai! Desculpa não ter feito o que me pediste, desculpa não ter ido para casa quando não tive aulas e em vez disso andei por aí. Desculpa ter saído à noite quando mo pediste para não o fazer... Desculpa ter pensado que era imune ao vírus, desculpa a minha arrogância a pensar que comigo era diferente, que era imune e imortal... Agora sei, da pior forma que também nos acontece a nós, e pior, a ti...
Sim Pai, fui eu! FUI EU!!! Fui eu que te passei o vírus.. Fui eu, a quem tu sempre protegeste e amaste que te pôs nessa cama, que te deixou assim... Frágil, sem forças, sem capacidade de lutar sozinho..
Desculpa Pai! Desculpa não ter pensado nos teus diabetes, desculpa não ter pensado em ti, desculpa não ter respeitado a nossa família...
Como eu me arrependo!! Agora em casa vejo como a mãe é frágil sem ti, como eu não sou nada sem ti... Os dias passam e a culpa aumenta cada vez mais... Na minha cabeça saem constantes porquês... Porque saí eu? Porque cedi à pressão dos meus amigos para sair? Porque não vim para casa? E as pessoas com quem tive? Infetei alguém? A vizinha de cima também está internada, e acho que muito mal, a filha disse que derivado à idade não deve de resistir... Será que também fui eu? Eu subi com ela no elevador... E todos os outros que também usaram o elevador? Aí pai!! Desculpa!! Não aguento! Não suporto esta dor... De pensar que um acto de rebelia minha te colocou nessa cama de hospital... Aí dói tanto!!! Fica bom Pai... Por favor!! Eu não quero viver com esta culpa colada a mim...
Desculpa Pai!! Desculpa....
Eu amo-te tanto... Não quero viver sem ti.. fica bom... Fica bom... Por favor... Fica bom...
Nota: esta carta é fictícia,... Foi escrita para tentar sensibilizar para certos comportamentos face à situação que estamos a passar... Sejamos conscientes e responsáveis... Protege os teus não saindo de casa. Pode acontecer-te a ti...
Força
Maria
Num fim-de-semana onde as nossas conversas no whatsapp tiveram 99% o tema do Covid-19 e o receio pela população, não só a nossa e os nossos mais próximos, mas a mundial. Falamos nos problemas de Portugal, claro! Que na minha opinião esta a ter uma reação excelente a nível político, mas não a nível social, as pessoas parecem desvalorizar a situação. Da Itália, de Espanha, do Reino Unido, etc e do que ouvimos nas notícias.
Falamos também do problema de ir trabalhar para um escritório onde há a possibilidade de contrair o virus e trazer para casa e transmitir aos nossos...
Ficamos preocupadas umas com as outras e principalmente com a que tem asma. Eu também tenho, mas a asma da Maria é bem mais preocupante que a minha.
É estranho termos que nos adaptar a estes últimos eventos: as tempestades, os fogos causados pelo aquecimento global de um mundo poluído e doente. Os problemas sociais da falta de relações interpessoais fortes e da saúde mental de que tanto se fala, o que relaciono com a efemeridade de quase tudo o que nos rodeia - mas isto é assunto para outro dia.
Agora, um mundo inteiro em alerta por causa de um virus. Eu nunca vivi numa guerra mundial, mas isto deve ser um sentimento parecido onde o mundo estava em alerta. Isto acaba por ser uma guerra mundial mas (como li algures) da humanidade a lutar contra um virus.
O que virá a seguir? Zombies? Aliens?
Parece-me de doidos, está tudo um bocado fora da minha zona de conforto e... quero a minha mãe, mas estou interdita de estar com ela porque estamos em países diferentes e onde ela está já fecharam fronteiras. Então a viagem que tinha marcado para Abril já está quase posta de lado.
Desafios, desafios...
Para aliviar as conversas do Covid, fiz pela primeira vez uma canja deliciosa, houve também um aniversário cá em casa, mas envergonhado, mesmo assim houve bolo e o cantar dos parabéns!!
Enfim, amanhã vou trabalhar normalmente, aqui não há plano de contingência, é “business as usual”. Mas, de alguma forma há um sentimento estranho no ar, tipo férias, mas não são férias é algo desconhecido. Só espero não apanhar nada e principalmente não contagiar ninguém.
Amigas do coração protejam-se.
Keep safe!
😘😘
Como todos sabem, estamos perante um flagelo chamado COVID-19. O Governo já tomou uma série de medidas de prevenção e a principal recomendação neste momento é mesmo isolamento social.
Para quem, como eu, costuma ter uma vida social ativa, isto é algo que custa um pouco. Mas, como o que tem que ser tem muita força, seguem algumas dicas de como aproveitar ao máximo o tempo em casa, fazendo todas aquelas coisas que estamos sempre a adiar...
1. SPA caseiro
E que tal um mini SPA caseiro para (tentar) relaxar um pouco? Bem sei que a preocupação está à flor da pele, mas podemos sempre aproveitar para fazer todas aquelas coisas que habitualmente adiamos indefinidamente. Por exemplo, um banho de imersão, pintar o cabelo, fazer uma manicure e pedicure, etc.
2. Bricolage
Têm alguma divisão que precise de pintura ou algum móvel que precise de algum "face lift"? Pois bem, é uma boa altura para abraçar estes projetos, aproveitando para fazer uns "DIYs" ou "Upcycling". Para quem não tem nenhum projeto na manga e se queira começar a aventurar neste mundo, há imensos tutoriais engraçados online. Algumas ideias aqui.
3. Cozinhar
Para quem gosta de fazer cozinhados mais elaborados, esta é uma óptima altura para fazer experiências culinárias. O limite é a imaginação (e os ingredientes que temos na despensa... espero que a vossa não esteja vazia). Aproveitamos para relembrar aqui algumas receitas que já colocámos antes no blog e que podem ser úteis:
4. Ver séries e filmes
Quem tem Netflix, HBO ou afins, pode sempre aproveitar para "colocar" as séries em dia :) . Bem sabemos como é difícil encontrar séries no meio de tanta coisa e, por isso, aproveitamos para deixar algumas sugestões:
- The Sinner (season 1)
- Sex Education
- Baby
- Jane the virgin
5. Jogos (consola ou de tabuleiro)
E que tal uma bela "cartada"? Um jogo de UNO ou outro tipo de jogo de tabuleiro (ou aos "países", caso não tenham jogos de tabuleiro em casa)? Se forem mais de dois, até podem jogar ao Monopólio, Risco, Party, etc.. é sempre super divertido. Quem preferir jogar em consolas, poderá também aproveitar parte do seu tempo para se dedicar a isto. E falo também por mim, como fã de RPGs :P
6. Formações online
Sempre ouvi dizer que "o saber não ocupa lugar" e acredito que é bem verdade :) . Para quem gosta de estar em permanente update, porque não aproveitar para fazer uma formação online? Há tantas (e muitas são gratuitas), que pode ser uma óptima sugestão para o fim de semana. Uma nova língua, uma nova tecnologia, ou outra coisa qualquer que gostem e que nunca tiveram tempo para começar.
7. Ler um livro
Lembram-se daquele livro que ficou na prateleira e que não chegaram a acabar de ler, mas que até estavam a gostar? Pois é, esta é uma boa altura para voltar a pegar nele e retomar onde ficaram. Se forem como eu, têm um de certeza que ficou a meio, ainda que não se lembrem bem porquê.
8. Pintar, compor músicas ou desenhar
Para quem tem jeito, porque não pintar, desenhar ou aproveitar para se dedicar à música? Não há nada melhor para estimular a criatividade, mas sabemos bem que esta actividade não será para todas :)
9. Cantar e Dançar
E porque não aproveitar para libertar o stress a dançar e cantar em casa? Em casa, podemos mesmo fazer o que queremos e pode ser uma óptima maneira de desanuviar e relembrar os tempos de juventude e de discoteca. Why not?
10. Sexo
Deixámos a melhor para o fim. E porque não aproveitar para experimentar algumas posições novas e revigorar a vida a dois? Se precisarem de ideias, podem sempre tirar ideias do famoso Kamasutra e experimentar. Alivia o stress e ainda tem uma parte de exercício físico, é só vantagens.
Ficam as sugestões :)
Have fun,
Anouk
Dia 7 de Março para mim e um dia especial. Embora só eu o sinta. Foi o dia em que a minha aventura começou no UK.
A minha situação em Portugal, em 2011, era precária. De um dia para o outro, o meu trabalho foi reduzido a metade e foi-me passada a mensagem que “infelizmente, temos que reduzir custos, por isso, tens de fazer metade das horas”, para mim isto significava apenas: - ok, metade do ordenado. Mas era "normal" tendo em conta as condições precárias dos trabalhos sem contrato.
Tendo em conta que, na altura, tinha de pagar casa, carro, já nem falo na comida, porque nesse departamento ia-se a casa dos pais e cabia sempre mais um ou dois - numa casa Portuguesa com certeza, faz-se sempre comida para sobrar, para quem vier ou para o dia seguinte.
Mas, fazendo contas, com dois part-times (eu e o meu namorado na altura) + contas para pagar = bancarrota. Os custos eram muito superiores às entradas de dinheiro.
E com um empurrão do primeiro ministro, na altura, a dizer se tem um curso superior, ponham-se a andar. Eu que tinha acabado de fazer um mestrado em Marketing, achei que seria de bom tom ir a aventura e seguir o conselho do PM e concorri aos programas financiados pela UE, para sair do país.
E… fui aceite, podia escolher qualquer país. Podia ser Espanha… demasiado perto. Podia ser Franca, nunca fui muito boa a francês e tenho lá família (avecs)… não! E Inglaterra, Londres, onde só tinha posto os pés uma tarde, numa escala de 4 horas de uma ida a Praga. Ao menos já tinha visto o Big Ben! E falavam inglês... era peanuts! (pensei eu, que na pratica nao percebia nada deste sotaque inglês europeu).
Achei que Londres era o sítio e comecei a enviar cvs, para ver se alguém me aceitava, enviei 105. Uma empresa respondeu que estava disposta a dar-me um estágio de 6 meses e ofereceram-se a pagar £700 por mês… mais a bolsa. Eu pensei que me tinha saído a sorte grande! Eu ganhava 450 euros (no tal part-time), na verdade, eu estava perante uma decisão/ oferta que me iria mudar a vida 180 graus.
As minhas gajas ficaram contentes e tristes ao mesmo tempo, umas diziam que eu não aguentava mais de 6 meses, outras diziam que eu ja não voltaria a Portugal.
Não é fácil assentar e sentirmo-nos em casa, porque não é casa! É um país completamente diferente, milhentas culturas misturadas. Mas sim, para me ambientar, trouxe a minha bimby, a minha maquininha de café (não podia faltar) e roupa de esquimó, que nunca usei porque aqui não se passa frio.
O cair na realidade de estar sozinha não me afetou. Foi uma euforia espetacular, eu estava tão feliz com esta nova aventura, amei os meus primeiros tempos, foi mesmo um sonho tornado realidade!
Depois vieram as dificuldades, ao fim de 6 meses, o estágio acabou, e eu pensei: “nem pensar que vou para Portugal”. Vou arranjar qualquer coisa, mas não vou voltar a ganhar 450 euros por mês em P|ortugal, foi quase fugir, como o diabo foge da cruz.
Ao fim de 8 anos, com uma vida completamente diferente, a conhecer várias culturas, acaba-se por aprender a respeitar qualquer coisa, mesmo que seja estranha para nós, pode ser muito óbvia e normal para outras pessoas e isso vê-se nas ruas.
Muitos desafios ultrapassados, muitos testes, muita luta sem ter apoio, porque a família e os amigos estão longe. Acho que ainda não estou onde eu gostava de estar. Acho que esta saída da minha vida em Portugal acabou por atrasar planos de família principalmente. Estou onde gostaria de estar financeiramente, mas falta algo.
Good news is ainda vou defo (definitivamente) a tempo!
Valeu a pena? SIM.
Falo-ia outra vez? SIM.
Aprendi muito sobre mim? SIM
Deu-me mais forca? SIM. E compaixão e o não julgar o próximo, e tentar ver sempre diferentes perspectivas em relação a determinada situação.
Tem sido dificil? SIM, mas não mudaria um episódio.
Digamos que aqui sou a “Portuguese Girl” e para as gajas sou a “Bifa”.
Quando penso em voltar, dá-me ansiedade o facto de pensar em ficar financeiramente dependente de Portugal, das finanças (nhek), das burocracias, etc. E de não me voltar a integrar, pois eu sou a “bifa”.
Aqui, o verde (country side) dá-me vida e o cinzento tira. A parte financeira faz-me ficar, o coração faz-me voltar.
Mas e um mix de emoções. Eu sei, custa a entender, a mim custa! :) Parece a música do António Variações “estou bem aonde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou”. Ja não sou so eu, sou o eu, mais o eu aqui.
Um dia volto, e não está longe! Mas acho que vou ter sempre um pé cá e outro lá, não quero dizer adeus permanentemente ao UK. Já tenho raízes fortes que me fazem chamar a esta ilha um pedaço de Home Sweet Home!
Beijos
A minha situação em Portugal, em 2011, era precária. De um dia para o outro, o meu trabalho foi reduzido a metade e foi-me passada a mensagem que “infelizmente, temos que reduzir custos, por isso, tens de fazer metade das horas”, para mim isto significava apenas: - ok, metade do ordenado. Mas era "normal" tendo em conta as condições precárias dos trabalhos sem contrato.
Tendo em conta que, na altura, tinha de pagar casa, carro, já nem falo na comida, porque nesse departamento ia-se a casa dos pais e cabia sempre mais um ou dois - numa casa Portuguesa com certeza, faz-se sempre comida para sobrar, para quem vier ou para o dia seguinte.
Mas, fazendo contas, com dois part-times (eu e o meu namorado na altura) + contas para pagar = bancarrota. Os custos eram muito superiores às entradas de dinheiro.
E com um empurrão do primeiro ministro, na altura, a dizer se tem um curso superior, ponham-se a andar. Eu que tinha acabado de fazer um mestrado em Marketing, achei que seria de bom tom ir a aventura e seguir o conselho do PM e concorri aos programas financiados pela UE, para sair do país.
E… fui aceite, podia escolher qualquer país. Podia ser Espanha… demasiado perto. Podia ser Franca, nunca fui muito boa a francês e tenho lá família (avecs)… não! E Inglaterra, Londres, onde só tinha posto os pés uma tarde, numa escala de 4 horas de uma ida a Praga. Ao menos já tinha visto o Big Ben! E falavam inglês... era peanuts! (pensei eu, que na pratica nao percebia nada deste sotaque inglês europeu).
Achei que Londres era o sítio e comecei a enviar cvs, para ver se alguém me aceitava, enviei 105. Uma empresa respondeu que estava disposta a dar-me um estágio de 6 meses e ofereceram-se a pagar £700 por mês… mais a bolsa. Eu pensei que me tinha saído a sorte grande! Eu ganhava 450 euros (no tal part-time), na verdade, eu estava perante uma decisão/ oferta que me iria mudar a vida 180 graus.
As minhas gajas ficaram contentes e tristes ao mesmo tempo, umas diziam que eu não aguentava mais de 6 meses, outras diziam que eu ja não voltaria a Portugal.
Não é fácil assentar e sentirmo-nos em casa, porque não é casa! É um país completamente diferente, milhentas culturas misturadas. Mas sim, para me ambientar, trouxe a minha bimby, a minha maquininha de café (não podia faltar) e roupa de esquimó, que nunca usei porque aqui não se passa frio.
O cair na realidade de estar sozinha não me afetou. Foi uma euforia espetacular, eu estava tão feliz com esta nova aventura, amei os meus primeiros tempos, foi mesmo um sonho tornado realidade!
Depois vieram as dificuldades, ao fim de 6 meses, o estágio acabou, e eu pensei: “nem pensar que vou para Portugal”. Vou arranjar qualquer coisa, mas não vou voltar a ganhar 450 euros por mês em P|ortugal, foi quase fugir, como o diabo foge da cruz.
Ao fim de 8 anos, com uma vida completamente diferente, a conhecer várias culturas, acaba-se por aprender a respeitar qualquer coisa, mesmo que seja estranha para nós, pode ser muito óbvia e normal para outras pessoas e isso vê-se nas ruas.
Muitos desafios ultrapassados, muitos testes, muita luta sem ter apoio, porque a família e os amigos estão longe. Acho que ainda não estou onde eu gostava de estar. Acho que esta saída da minha vida em Portugal acabou por atrasar planos de família principalmente. Estou onde gostaria de estar financeiramente, mas falta algo.
Good news is ainda vou defo (definitivamente) a tempo!
Valeu a pena? SIM.
Falo-ia outra vez? SIM.
Aprendi muito sobre mim? SIM
Deu-me mais forca? SIM. E compaixão e o não julgar o próximo, e tentar ver sempre diferentes perspectivas em relação a determinada situação.
Tem sido dificil? SIM, mas não mudaria um episódio.
Digamos que aqui sou a “Portuguese Girl” e para as gajas sou a “Bifa”.
Quando penso em voltar, dá-me ansiedade o facto de pensar em ficar financeiramente dependente de Portugal, das finanças (nhek), das burocracias, etc. E de não me voltar a integrar, pois eu sou a “bifa”.
Aqui, o verde (country side) dá-me vida e o cinzento tira. A parte financeira faz-me ficar, o coração faz-me voltar.
Mas e um mix de emoções. Eu sei, custa a entender, a mim custa! :) Parece a música do António Variações “estou bem aonde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou”. Ja não sou so eu, sou o eu, mais o eu aqui.
Um dia volto, e não está longe! Mas acho que vou ter sempre um pé cá e outro lá, não quero dizer adeus permanentemente ao UK. Já tenho raízes fortes que me fazem chamar a esta ilha um pedaço de Home Sweet Home!
Beijos
Recentemente fomos contactadas por um canal da televisão portuguesa para irmos falar sobre um post nosso... Mais precisamente a Anouk sobre o seu post de não querer ter filhos...
Foi muito gratificante para todas nós e motivo de orgulho, e foi com muita pena que tivemos que recusar..
O intuito desta participação seria para perceber que tipos de problemas e obstáculos é que as mulheres ainda se deparam em pleno século XXI.
Ora, foi algo que me fez pensar... Sei que a maioria dos indivíduos são escravos da sociedade e de certos parâmetros por ela definidos.. mas e a mulher? Até que ponto é refém de anos e anos de tradições e de uma educação de serventia à família?
Sempre fui uma pessoa super independente e habituada a desenrascar-me sozinha e a não depender de ninguém... mas tive como base familiar uma estrutura tradicional de família.. em que as tarefas domésticas estão todas a cargo da mulher, mesmo mantendo um trabalho externo.
Nunca me passou pela cabeça depender de ninguém, mas a verdade é que essa vivência que tive na minha infância influência a minha vida..
Felizmente tenho um homem ao meu lado que também é super autónomo na vida doméstica e familiar... Mas confesso que raramente o deixo chegar-se à frente, e se isso por acaso acontece fico com sentimento de culpa... Por ter sido ele a fazer e não eu... E quando tomo a iniciativa de ser eu a fazer, fico fula por não ter tempo para mim e danada com ele por ele ter esse tempo. Eu sei!!! É de doida!
Mas com isto quero eu salientar a forma como a mulher é vista e se quer ver na sociedade... Somos bombardeadas constantemente com ideais de Mulher, das mais variadas formas, até em meros anúncios da TV em que a mulher/mãe está sempre perfeita, arranjada, pintada, penteada, silhueta invejável e que transmite um estado de calma invejável (aquela mãe nunca irá perder o controle com os filhos) e para além de tudo isso, a relação com o marido é perfeita!
NÃO ME LIXEM!!! O dia tem 24 horas, correcto? Então vamos lá:
Trabalho, cerca de 9/10 horas com deslocação;
Temos de ter corpo tratado, mais 2 horas de ginásio;
Os filhos necessitam de ajuda nos trabalhos de casa, assim como tempo de brincadeira em família - mais 2 horas e mais 1 hora caso tenham alguma actividade;
As famosas lides domésticas, onde vou já incluir as refeições, mais 2 horas;
Vamos em quantas horas? Cerca de 17 h, mas ainda falta o tempo de casal... Pois já dizia o outro: uma Lady na mesa uma louca na cama... Pois é... E quanto temos de sono de beleza? Dizem que devemos de dormir cerca de 8 horas para o nosso corpo recuperar... Pois, pois... E gostos nossos, talvez ler um livro? Ver um filme? Estar com as amigas?Simplesmente só estar só nós... Sem pressões de perfeccionismo... Há tempo?
Tarefa difícil esta, a de ser mulher nos dias de hoje...
Dou a mão à palmatória.. sou uma das que quer ser perfeita, mesmo sabendo que não é condição à minha felicidade.. acho que deve de estar relacionado com o sentimento de pertença.. o de pertencer a algo e de ser reconhecida...
Tenho consciência disso e no entanto continuo a tentar ser perfeita... E tentar fazer e ser tudo... Boa dona de casa, boa profissional, boa amiga, boa esposa, boa mãe.. mulher exemplar..
Não quero falhar.. e sei que sou eu que me pressiono a tal... É uma dualidade de sentimentos estranha... Sei que estou a proceder mal e, no entanto não consigo parar...
Eu sei:
Não temos de ser perfeitas para sermos felizes... Não temos de agradar aos outros... Temos de nos agradar a nós...
Eu sei!
BE Happy
Maria
"Gosto muito de estar com o período", disse ninguém.... nunca. A verdade é que a menstruação é uma porcaria. A má disposição, as dores de barriga e de cabeça, náuseas, vontade de comer doces (pelo menos a mim :D), irritabilidade acima da média e, em casos piores, até vómitos, são alguns dos sintomas que fazem da menstruação um bicho de sete cabeças.
Desculpem meninas, mas o post de hoje não vai ajudar nisso (até porque para isso ainda não conheço nenhuma solução). Hoje o tema é higiene íntima: pensos, tampões e outras soluções mais recentes, que possam ainda não ter ouvido falar.
Nao há dúvida que a maior parte das mulheres utiliza pensos higiénicos ou tampões descartáveis. Eu sou uma delas. Mas tenho lido muito sobre isso e saber que cada uma de nós durante o nosso período fértil gasta cerca de 10 a 15 mil produtos higiénicos descartáveis, deixa-me chocada e triste :(
Vamos ver se as contas acima batem certo. Se contarmos 4 pensos por dia durante 5 dias a multiplicar por 12, temos 240 pensos por ano, dado uma "margem" para os dias em que usamos mais pensos, podemos arredondar para 250 pensos por ano. Ora se multiplicarmos por 45 anos temos 11250 pensos higiénicos descartáveis. Só para uma mulher. E nem estamos a contar com os pensos diários.
Se fizermos contas a esses 11250 pensos, a 0,08€ o penso (vi o preço no site Auchan da marca Auchan), dá 900 euros em pensos ao longo da nossa vida. Pois é... já pagava umas fériazitas :)
Posto isto, ouvi falar em algumas alternativas que gostaria de mencionar aqui e perguntar-vos se alguma de vocês já experimentou. Ainda não experimentei, mas tenho pesquisado bastante e estou curiosa com algumas das opções abaixo. As vantagens são o preço bastante mais baixo a longo prazo, bem como o facto de serem mais amigas do ambiente e não terem químicos.
Copo Menstrual
Preço: € (o mais barato)Já li muitos artigos sobre isto e é uma espécie de "love it or hate it". Segundo li, o difícil é acertar logo com o copo correto (tamanho e material) à primeira.
Pode parecer estranho, mas segundo dizem é uma questão de hábito. Os preços variam dos 25 a 40 euros, sendo que o copo pode durar até 10 anos.
Há várias marcas e cores. Leiam mais sobre copos menstruais.
Pensos reutilizáveis de algodão
Preço: €€ (mais caro que a opção acima, mas a cerca de metade dos descartáveis)
Descobri estes há muito pouco tempo. Ainda não os experimentei, mas acho que vou começar por estes, ainda que fiquem mais caros que o copo. A verdade é que nunca fui fã de tampões (só os uso em situações de emergência estilo praia ou piscina), pelo que tenho um receio adicional de não ser fã do copo menstrual.A minha maior dúvida está na duração do penso (quanto tempo dura e quantas vezes temos que trocar durante o dia) e também na lavagem (será que suja a roupa toda na máquina?). Mas... acho que é desta que vou ganhar coragem e avançar com isto. Quem tem, também fala maravilhas e referem sempre que as dores menstruais diminuem bastante a partir do momento em que deixamos de utilizar os descartáveis habituais.
Quanto ao preço, pelo que tenho visto, um pack de 3 custa cerca de 20€. Fica bastante mais caro que um copo menstrual, até porque temos que comprar vários, mas podem durar entre 6 a 8 anos.
Links e artigos relacionados:
- "Experimentei pensos reutilizáveis pela primeira vez" - O meu Útero
- "Já aconteceu! Passei a utilizar pensos reutilizáveis" - Ecologicalkids
- "Charlie Banana Pensos Higiénicos - Review II" - Women's Pleasures & Treasures
- Preços de pensos unidade e packs de 3 - Ecoescolhas
Tampões Reutilizáveis
Preço: €€Descobri estes por acaso, quando estava a pesquisar/escrever este post. Não me tinha ainda apercebido de que existiam. Não os experimentei, mas como estamos a falar de alternativas ecológicas aos descartáveis acho que faz sentido incluí-los nesta lista.
A explicação de utilização é semelhante à dos tampões descartáveis. Mais informação nos links abaixo:
- "Tampões reutilizáveis" - Ser Mulher
- Pack 8 Tampões - EcologicalKids
E tu? Já experimentaste alguma destas alternativas? Ficaste fã? Conta-me tudo :)
Anouk.