Para quem me conhece sabe que não sou uma pessoa de abraços e beijinhos.
Por isso, não direi que será com satisfação (não me posso apresentar como anti-social), mas não ficarei triste com as novas regras de socialização.
E porque não publicar um poema... A poesia é a forma de expressar opiniões e sentimentos de uma forma mais camuflada, menos transparente, mas igualmente válida.
Este poema não foi escrito agora, foi escrito em tempo de reticências... talvez num tempo em que o silêncio falava mais que as palavras...
Num fim-de-semana onde as nossas conversas no whatsapp tiveram 99% o tema do Covid-19 e o receio pela população, não só a nossa e os nossos mais próximos, mas a mundial. Falamos nos problemas de Portugal, claro! Que na minha opinião esta a ter uma reação excelente a nível político, mas não a nível social, as pessoas parecem desvalorizar a situação. Da Itália, de Espanha, do Reino Unido, etc e do que ouvimos nas notícias.
Falamos também do problema de ir trabalhar para um escritório onde há a possibilidade de contrair o virus e trazer para casa e transmitir aos nossos...
Ficamos preocupadas umas com as outras e principalmente com a que tem asma. Eu também tenho, mas a asma da Maria é bem mais preocupante que a minha.
É estranho termos que nos adaptar a estes últimos eventos: as tempestades, os fogos causados pelo aquecimento global de um mundo poluído e doente. Os problemas sociais da falta de relações interpessoais fortes e da saúde mental de que tanto se fala, o que relaciono com a efemeridade de quase tudo o que nos rodeia - mas isto é assunto para outro dia.
Agora, um mundo inteiro em alerta por causa de um virus. Eu nunca vivi numa guerra mundial, mas isto deve ser um sentimento parecido onde o mundo estava em alerta. Isto acaba por ser uma guerra mundial mas (como li algures) da humanidade a lutar contra um virus.
O que virá a seguir? Zombies? Aliens?
Parece-me de doidos, está tudo um bocado fora da minha zona de conforto e... quero a minha mãe, mas estou interdita de estar com ela porque estamos em países diferentes e onde ela está já fecharam fronteiras. Então a viagem que tinha marcado para Abril já está quase posta de lado.
Desafios, desafios...
Para aliviar as conversas do Covid, fiz pela primeira vez uma canja deliciosa, houve também um aniversário cá em casa, mas envergonhado, mesmo assim houve bolo e o cantar dos parabéns!!
Enfim, amanhã vou trabalhar normalmente, aqui não há plano de contingência, é “business as usual”. Mas, de alguma forma há um sentimento estranho no ar, tipo férias, mas não são férias é algo desconhecido. Só espero não apanhar nada e principalmente não contagiar ninguém.
Amigas do coração protejam-se.
Keep safe!
😘😘
Dia 7 de Março para mim e um dia especial. Embora só eu o sinta. Foi o dia em que a minha aventura começou no UK.
A minha situação em Portugal, em 2011, era precária. De um dia para o outro, o meu trabalho foi reduzido a metade e foi-me passada a mensagem que “infelizmente, temos que reduzir custos, por isso, tens de fazer metade das horas”, para mim isto significava apenas: - ok, metade do ordenado. Mas era "normal" tendo em conta as condições precárias dos trabalhos sem contrato.
Tendo em conta que, na altura, tinha de pagar casa, carro, já nem falo na comida, porque nesse departamento ia-se a casa dos pais e cabia sempre mais um ou dois - numa casa Portuguesa com certeza, faz-se sempre comida para sobrar, para quem vier ou para o dia seguinte.
Mas, fazendo contas, com dois part-times (eu e o meu namorado na altura) + contas para pagar = bancarrota. Os custos eram muito superiores às entradas de dinheiro.
E com um empurrão do primeiro ministro, na altura, a dizer se tem um curso superior, ponham-se a andar. Eu que tinha acabado de fazer um mestrado em Marketing, achei que seria de bom tom ir a aventura e seguir o conselho do PM e concorri aos programas financiados pela UE, para sair do país.
E… fui aceite, podia escolher qualquer país. Podia ser Espanha… demasiado perto. Podia ser Franca, nunca fui muito boa a francês e tenho lá família (avecs)… não! E Inglaterra, Londres, onde só tinha posto os pés uma tarde, numa escala de 4 horas de uma ida a Praga. Ao menos já tinha visto o Big Ben! E falavam inglês... era peanuts! (pensei eu, que na pratica nao percebia nada deste sotaque inglês europeu).
Achei que Londres era o sítio e comecei a enviar cvs, para ver se alguém me aceitava, enviei 105. Uma empresa respondeu que estava disposta a dar-me um estágio de 6 meses e ofereceram-se a pagar £700 por mês… mais a bolsa. Eu pensei que me tinha saído a sorte grande! Eu ganhava 450 euros (no tal part-time), na verdade, eu estava perante uma decisão/ oferta que me iria mudar a vida 180 graus.
As minhas gajas ficaram contentes e tristes ao mesmo tempo, umas diziam que eu não aguentava mais de 6 meses, outras diziam que eu ja não voltaria a Portugal.
Não é fácil assentar e sentirmo-nos em casa, porque não é casa! É um país completamente diferente, milhentas culturas misturadas. Mas sim, para me ambientar, trouxe a minha bimby, a minha maquininha de café (não podia faltar) e roupa de esquimó, que nunca usei porque aqui não se passa frio.
O cair na realidade de estar sozinha não me afetou. Foi uma euforia espetacular, eu estava tão feliz com esta nova aventura, amei os meus primeiros tempos, foi mesmo um sonho tornado realidade!
Depois vieram as dificuldades, ao fim de 6 meses, o estágio acabou, e eu pensei: “nem pensar que vou para Portugal”. Vou arranjar qualquer coisa, mas não vou voltar a ganhar 450 euros por mês em P|ortugal, foi quase fugir, como o diabo foge da cruz.
Ao fim de 8 anos, com uma vida completamente diferente, a conhecer várias culturas, acaba-se por aprender a respeitar qualquer coisa, mesmo que seja estranha para nós, pode ser muito óbvia e normal para outras pessoas e isso vê-se nas ruas.
Muitos desafios ultrapassados, muitos testes, muita luta sem ter apoio, porque a família e os amigos estão longe. Acho que ainda não estou onde eu gostava de estar. Acho que esta saída da minha vida em Portugal acabou por atrasar planos de família principalmente. Estou onde gostaria de estar financeiramente, mas falta algo.
Good news is ainda vou defo (definitivamente) a tempo!
Valeu a pena? SIM.
Falo-ia outra vez? SIM.
Aprendi muito sobre mim? SIM
Deu-me mais forca? SIM. E compaixão e o não julgar o próximo, e tentar ver sempre diferentes perspectivas em relação a determinada situação.
Tem sido dificil? SIM, mas não mudaria um episódio.
Digamos que aqui sou a “Portuguese Girl” e para as gajas sou a “Bifa”.
Quando penso em voltar, dá-me ansiedade o facto de pensar em ficar financeiramente dependente de Portugal, das finanças (nhek), das burocracias, etc. E de não me voltar a integrar, pois eu sou a “bifa”.
Aqui, o verde (country side) dá-me vida e o cinzento tira. A parte financeira faz-me ficar, o coração faz-me voltar.
Mas e um mix de emoções. Eu sei, custa a entender, a mim custa! :) Parece a música do António Variações “estou bem aonde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou”. Ja não sou so eu, sou o eu, mais o eu aqui.
Um dia volto, e não está longe! Mas acho que vou ter sempre um pé cá e outro lá, não quero dizer adeus permanentemente ao UK. Já tenho raízes fortes que me fazem chamar a esta ilha um pedaço de Home Sweet Home!
Beijos
A minha situação em Portugal, em 2011, era precária. De um dia para o outro, o meu trabalho foi reduzido a metade e foi-me passada a mensagem que “infelizmente, temos que reduzir custos, por isso, tens de fazer metade das horas”, para mim isto significava apenas: - ok, metade do ordenado. Mas era "normal" tendo em conta as condições precárias dos trabalhos sem contrato.
Tendo em conta que, na altura, tinha de pagar casa, carro, já nem falo na comida, porque nesse departamento ia-se a casa dos pais e cabia sempre mais um ou dois - numa casa Portuguesa com certeza, faz-se sempre comida para sobrar, para quem vier ou para o dia seguinte.
Mas, fazendo contas, com dois part-times (eu e o meu namorado na altura) + contas para pagar = bancarrota. Os custos eram muito superiores às entradas de dinheiro.
E com um empurrão do primeiro ministro, na altura, a dizer se tem um curso superior, ponham-se a andar. Eu que tinha acabado de fazer um mestrado em Marketing, achei que seria de bom tom ir a aventura e seguir o conselho do PM e concorri aos programas financiados pela UE, para sair do país.
E… fui aceite, podia escolher qualquer país. Podia ser Espanha… demasiado perto. Podia ser Franca, nunca fui muito boa a francês e tenho lá família (avecs)… não! E Inglaterra, Londres, onde só tinha posto os pés uma tarde, numa escala de 4 horas de uma ida a Praga. Ao menos já tinha visto o Big Ben! E falavam inglês... era peanuts! (pensei eu, que na pratica nao percebia nada deste sotaque inglês europeu).
Achei que Londres era o sítio e comecei a enviar cvs, para ver se alguém me aceitava, enviei 105. Uma empresa respondeu que estava disposta a dar-me um estágio de 6 meses e ofereceram-se a pagar £700 por mês… mais a bolsa. Eu pensei que me tinha saído a sorte grande! Eu ganhava 450 euros (no tal part-time), na verdade, eu estava perante uma decisão/ oferta que me iria mudar a vida 180 graus.
As minhas gajas ficaram contentes e tristes ao mesmo tempo, umas diziam que eu não aguentava mais de 6 meses, outras diziam que eu ja não voltaria a Portugal.
Não é fácil assentar e sentirmo-nos em casa, porque não é casa! É um país completamente diferente, milhentas culturas misturadas. Mas sim, para me ambientar, trouxe a minha bimby, a minha maquininha de café (não podia faltar) e roupa de esquimó, que nunca usei porque aqui não se passa frio.
O cair na realidade de estar sozinha não me afetou. Foi uma euforia espetacular, eu estava tão feliz com esta nova aventura, amei os meus primeiros tempos, foi mesmo um sonho tornado realidade!
Depois vieram as dificuldades, ao fim de 6 meses, o estágio acabou, e eu pensei: “nem pensar que vou para Portugal”. Vou arranjar qualquer coisa, mas não vou voltar a ganhar 450 euros por mês em P|ortugal, foi quase fugir, como o diabo foge da cruz.
Ao fim de 8 anos, com uma vida completamente diferente, a conhecer várias culturas, acaba-se por aprender a respeitar qualquer coisa, mesmo que seja estranha para nós, pode ser muito óbvia e normal para outras pessoas e isso vê-se nas ruas.
Muitos desafios ultrapassados, muitos testes, muita luta sem ter apoio, porque a família e os amigos estão longe. Acho que ainda não estou onde eu gostava de estar. Acho que esta saída da minha vida em Portugal acabou por atrasar planos de família principalmente. Estou onde gostaria de estar financeiramente, mas falta algo.
Good news is ainda vou defo (definitivamente) a tempo!
Valeu a pena? SIM.
Falo-ia outra vez? SIM.
Aprendi muito sobre mim? SIM
Deu-me mais forca? SIM. E compaixão e o não julgar o próximo, e tentar ver sempre diferentes perspectivas em relação a determinada situação.
Tem sido dificil? SIM, mas não mudaria um episódio.
Digamos que aqui sou a “Portuguese Girl” e para as gajas sou a “Bifa”.
Quando penso em voltar, dá-me ansiedade o facto de pensar em ficar financeiramente dependente de Portugal, das finanças (nhek), das burocracias, etc. E de não me voltar a integrar, pois eu sou a “bifa”.
Aqui, o verde (country side) dá-me vida e o cinzento tira. A parte financeira faz-me ficar, o coração faz-me voltar.
Mas e um mix de emoções. Eu sei, custa a entender, a mim custa! :) Parece a música do António Variações “estou bem aonde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou”. Ja não sou so eu, sou o eu, mais o eu aqui.
Um dia volto, e não está longe! Mas acho que vou ter sempre um pé cá e outro lá, não quero dizer adeus permanentemente ao UK. Já tenho raízes fortes que me fazem chamar a esta ilha um pedaço de Home Sweet Home!
Beijos
Sinto-me uma formiga.
De manhã, o despertador toca às 7h. Levanto-me, tomo o pequeno-almoço, tomo banho e preparo-me para mais um dia de trabalho. No trabalho, às 12h30 é tempo de almoçar; e às 17h30/18h é altura de voltar para casa. Chegando a casa, é fazer o jantar, sentar um pouco no sofá a ver notícias (adormecendo no sofá) e às 23h30 é altura de regressar à cama. No dia seguinte: é fazer repeat até entrar o fim de semana (Aleluia para o fim de semana!).
Não sei qual a vossa rotina, mas a minha é esta. Quase todos os dias da semana. Tal como a formiga que vive para o trabalho, também eu acabo por fazer o mesmo. Todo o santo dia!!
Sei que não me posso queixar porque além de gostar do que faço no trabalho, tenho a sorte de ter um bom emprego. Mas... serei sempre uma eterna insatisfeita. Quero sempre mais e melhor. E, às vezes, mais e melhor não tem a ver nem com salário, nem com "bons" empregos em empresas grandes. Tem a ver com aproveitar as coisas mais simples da vida... o pôr do sol, o cheiro das flores, uma exposição, ler um livro, um passeio de mãos dadas, fazer uma atividade radical, nadar, dançar, ou outra coisa qualquer que nos faça feliz.
Estou a chegar a uma fase da vida em que estou a ficar saturada da rotina. Da rotina das 9h às 18h. Da rotina pós-trabalho, das 19h às 23h. Da rotina que a sociedade impôs porque é "normal". Porque fomos treinados desde pequenos a fazer isto, sem questionar sequer se faz sentido para nós. Só porque é "normal".
Recentemente, vi umas séries no Netflix ("Minimalist" e "Tiny Houses"), que me puseram a pensar mais nesta rotina que sempre tive como adquirida. E isso fez-me começar a questionar coisas, que não tinha ainda questionado até agora:
- Porque é que temos que ter um emprego?
- Porque é que precisamos de um salário?
- Porque é que precisamos de comprar mais e melhor?
- Porque insistimos em morar em casas grandes, quando cada um de nós só pode estar numa divisão de cada vez?
- Porque é que precisamos de ter tantas "coisas", quando a maior parte ficam num canto a ganhar pó?
- Porque é que deixámos o sonho de "amor e uma cabana" morrer?
Pode uma formiga mudar de rumo?
Pensem nisto,
Anouk
Quem nunca sentiu que a sua vida foi alterada de um momento para o outro? Quem nunca viu o seu mundo dar uma volta de 180 graus ou mais?
E que de repente, do nada tudo muda...
Aquilo que nós pensávamos ter certo e de alguma forma ser parte da nossa rotina e vida.. deixa de fazer parte... Seja pessoa(s), relação, trabalho, estabilidade, bens, etc...
E O QUE FAZER, QUANDO O DESTINO NOS PUXA O TAPETE?
Dependendo da situação, é claro, cada caso é um caso... Mas acho que passamos por algumas fases digamos interessantes... Às quais, infelizmente, me sinto familiarizada. Passo a descrever :
- FASE DA RECUSA
Nesta fase temos uma recusa (não sei bem adjectiva-la. Se é imaginária, se é inconsciente...) em que nos sentimos dentro de uma bolha, como se fosse um sonho/pesadelo e que esperamos intensamente que passe e que volte tudo como era;
- FASE DA REVOLTA
Quando 'acordamos' e constatamos que sim, está mesmo a acontecer.. Ficamos incrédulos... Como? Como é que isto aconteceu?? COMO???? Não pode... Não é possível... É nesta fase que perdemos o controle... Em que nos apetece partir tudo e todos... E até por vezes a nós..
- FASE DA DEPRESSÃO
Questionamos, a nós e por vezes a algo superior o porquê? Porquê a mim?
Também identifico esta fase como a fase da autocomiseração... Ou seja, onde sentimos pena de nós próprios e nos fazemos de coitadinhos... (há muita gente que nunca sai desta fase...);
- FASE DA ACEITAÇÃO
Esta fase já exige, na minha perspectiva, alguma maturidade... Pois temos de ACEITAR uma condição que não nos é favorável e só uma pessoa madura e de alguma forma humilde, o consegue fazer.. - de ressalvar que é necessário assimilar esta fase para passar para a seguinte...
- FASE DA LIBERTAÇÃO/ADAPTAÇÃO
Como referi anteriormente só com a nossa aceitação do sucedido é que conseguimos seguir em frente... Não digo esquecer... Digo assimilar, aceitar, adaptar e avançar...
Posso dizer que já passei por todas estas fases e mais que uma vez... E que nunca é fácil... Apesar de não ser estreante, todas as vezes doem... E até parece que doem cada vez mais...
Acho que ter consciência delas também ajuda. Por isso bora lá! Respira fundo, avança para cada fase, assimila e atira-te à viagem da vida...
É fácil? NUNCA!!!
É possível? SEMPRE!!!
POR ISSO FORÇA E CORAGEM
Be Happy
Maria
P. S. - As fases são sempre mais fáceis se tivermos ao nosso lado um apoio amigo e/ou familiar...
Existem momentos da nossa vida em que os astros estão alinhados na nossa órbita... Mesmo sem nós nos darmos conta...
Digo isto porque por vezes nós estamos bem e nem damos por isso.. Só o conseguimos enxergar quando o tapete nos é puxado... Quando a tempestade chega...
E aí já é tarde demais... Quantos de nós já não tivemos essa sensação? Seja com empregos, relacionamentos e até com bens materiais...
Quero com isto dizer que nós, na nossa rotina, na nossa bolha quotidiana não olhamos com olhos de ver para o que temos e por isso não damos o devido valor.. Tomamos tanta coisa como garantida...
Tanta coisa... E nada é nosso para sempre, nada é eterno... E só damos mesmo valor é quando a/o perdemos... Ou pior nunca sequer damos conta do que realmente temos... Ou podemos ter...
Estamos tão entregues a atingir algo que acabamos por desprezar o que temos.
Estou me a lembrar de uma história que ouvi há muitos anos... A história de um rapaz que foi pedir ao rei a mão da sua filha. O rei prometeu a mão se o rapaz cumprisse uma tarefa: passear pelo Reino com um copo cheio de água sem derramar uma gota. O rapaz assim o fez e quando voltou ao rei com o copo ainda cheio o rei perguntou:
- Viste o meu jardim? As flores que agora florescem?
- Não meu rei, não vi...
- Viste o meu lago? Onde os cisnes passeam?
- Não meu rei, também não vi.
- E os meus tapetes persas, vislumbraste a sua beleza?
- Lamento meu rei, mas também não vi...
Então responde o rei:
- Volta e observa todo o meu Reino e traz o copo cheio e terás a tua recompensa.
Com esta lição quiz o rei mostrar ao rapaz que por vezes estamos tão dedicados a um fim específico que não aproveitamos as belezas e oportunidades que se deparam nesse nosso caminho...
E acho que é um pouco isso que acontece com muitos de nós. .. Estamos tão embrenhados no carreirinho que não paramos, não olhamos, e não aproveitamos a jornada. E quando chegamos ao fim damos conta que afinal perdemos mais do que ganhámos..
O equilíbrio é difícil, às vezes os estímulos são muitos e deixamos cair algumas gotas de água, outras vezes não cai água mas não vimos o que nos rodeia.
A difícil arte do equilíbrio.. Será assim tão difícil? Acho que é mais uma questão de prioridades.
Queremos sempre mais e mais e mais, mesmo quando já temos tudo... Penso que temos de nos cingir ao que verdadeiramente interessa para o conseguirmos... Até o melhor malabarista quando tem excesso de objectos deixa cair algum... Pensem nisso...
Be Happy
Maria
Tivemos um jantar de gajas esta semana e, bom, I love my girls :) . Infelizmente a Carolina e a Snow não foram, mas eu, a Maria e a Kel aproveitámos para pôr a conversa em dia antes do final do ano.
Somos todas tão diferentes, mas é fantástico como nos damos tão bem (diria melhor... mágico). Nunca vi um grupo de pessoas tão diferente a dar-se tão bem. Enfim, somos fantásticas (beijinhos gajas boas :*).
Voltando ao tema de hoje... um dos assuntos que falámos à mesa (e atenção que levei logo um cartão amarelo da Maria por ela achar que este tipo de temas de alguma forma a pressiona... não sei como, mas é daquelas coisas que faz de nós diferentes) foi de sonhos.
É normal perguntarmos às crianças o que querem ser quando forem "grandes", mas nunca ninguém pergunta aos adultos o que querem ser quando forem séniores.
Sejamos realistas... a maior parte de nós não é nada daquilo que achava que iria ser quando era criança. Ou porque mudámos de ideias à medida que o tempo foi passando (algo perfeitamente legítimo.. chama-se realidade), porque não conseguiu atingir o seu sonho de criança ou, pior, porque não tentou como devia (sou daquelas que acredita piamente que quem quer verdadeiramente algo, consegue chegar lá... o que é diferente do "diz que tentou e ficou sentado à espera" - mas isso fica para outro tema).
A verdade é que somos adultas (e quase todas nos entas), já todas temos uma profissão/carreira, família, filhos, amigos, rotinas e muita bagagem às costas, mas será que todas nós cumprimos o(s) nosso(s) sonho(s)?
A pergunta do dia é: qual o teu sonho? O que queres fazer do tempo que te resta? Qual o teu objectivo? Que marca queres deixar?
Não sei se vocês costumam pensar neste tipo de coisas, mas eu sou o tipo de pessoa que gosta de ter um rumo bem definido. Sei para onde vou e isso ajuda-me, todos os dias, a tomar decisões (para o bem e para o mal). E, acima de tudo, faz de mim a pessoa decidida que me considero ser.
As decisões que tomo hoje têm em vista o meu "sonho" sénior. No meu caso, embora eu seja uma pessoa que adoro o meu trabalho e (modéstia à parte) sou boa naquilo que faço, não me imagino a fazê-lo até à idade da reforma. Nessa altura, a probabilidade de ter (demasiadas) maleitas é muito grande e resta depois pouco tempo para "aproveitar" a vida. Embora goste de trabalhar, dou muito valor a mim e aos meus mais próximos (família e amigos). Gosto de fazer coisas diferentes e aprender coisas novas: DIYs, projetos, cursos, arrumações, receitas, viajar, ler, ver filmes, etc. Enfim... aproveitar a vida :)
E vocês: Já alguma vez pensaram nisto? Qual o vosso sonho sénior?
Se ainda não pensaram nisto, aproveitem as resoluções do ano novo para começar a fazê-lo. Não é tarde demais para começar.
Se ainda não pensaram nisto, aproveitem as resoluções do ano novo para começar a fazê-lo. Não é tarde demais para começar.
Anouk.
No outro dia a minha mãe mostrou-me um pacote de açúcar que dizia algo do género: “Não julgues um peixe pela sua habilidade de subir às árvores” ou algo parecido assinado pelo Einstein. E de repente, parece que encontrei algo com que me identifiquei e abri uma outra 'página do livro' que até então tinha fechada ou adormecida pelo: “Não, tenho que ser melhor, tenho que me esforçar e dar o máximo” mas se eu às vezes dou o meu ‘máximo’ e não me apetece dar mais, é porque não tenho prazer naquilo que estou a fazer.
Acho que nós damos o nosso máximo quando queremos, e quando algo nos dá prazer, não é? Quando não nos dá prazer, até fazemos uma forcinha, mas não vem do nosso mais íntimo, da nossa força interior, vem da cabeça e do pica miolos que nos está a pressionar (tal como o meu chefe, etc...).
Na minha vida pessoal tenho sido avaliada pelos meus pais (claro!). Sempre fui uma ‘linda menina’ que viveu em harmonia até chegar à adolescência, quando eles começarem a impor barreiras: do não sair a noite, de não ir à praia sozinha, não ir à discoteca... E eu que gosto de dançar, e de ir a praia sozinha, e de ser livre! Eu acho que se tivesse tido mais liberdade talvez tivesse dado mais atenção ao estudo, aos meus objetivos pessoais, sendo mais focada! Depois fui avaliada como estudante de psicologia, porque o meu pai achava que design de interiores: “Não, credo! Isso não vale nada. Isso só para ires para o desemprego!”
Em termos profissionais, tenho um trabalho em que todos os dias me pedem números, e o alcançar de targets e cocós… dass, que seca! Deixem-me remodelar casas e vão ver como o faço espetacularmente bem! Dêem-me uma aldeia desabitada com casas a cair e eu dou-lhes vida e faço com que as paredes que lá moram contem a sua história. Esse sim, é o meu sonho, e aí sentir-me-ei como um peixe a nadar num oceano ou como um macaco a trepar a mais alta árvore da Amazónia.
Sinto-me um bocado a dizer o que uma bruxa me diria, mas depois do evento acontecer. Mas a moral da história é: quando se luta numa guerra que não é nossa, não custa tanto perder. Quando se está numa guerra com paixão, a lutar pelo que faz parte de nós, a motivação é verdadeira e temos uma reserva de força extra que nos faz testar limites, com prazer e, mais facilmente, alcançar os nossos objetivos. Para mim, é isto que nos faz pessoas de sucesso, pessoas fortes e felizes! E é assim, que num mundo ideal, deveríamos ser avaliados.
Carolina
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