Maid, uma série que retrata o drama da violência doméstica, não a violência física, porém outro tipo de violência igualmente grave, a violência emocional ou psicológica.
Sair de uma relação violenta é tudo menos fácil, como experiência profissional, o sistema quer proteger a vítima, contudo não é isso que acontece, pois é a vítima que tem de se apresentar numa esquadra de polícia para apresentar queixa do/a agressor/a, experiência humilhante e muitas das vezes sem qualquer tipo de sensibilidade por parte da polícia e, nalgumas situações, até eles próprios agressores, que minimizam a situação. Violência doméstica é crime público, qualquer pessoa pode apresentar queixa e as queixas não podem ser retiradas.
Muitas das vezes, o que também acontece é a vítima “ter” de abandonar o lar, por não aguentar mais os episódios de violência e mais uma vez, é está que tem de fazer o sacrifício de deixar tudo para trás e começar de novo…
Nestas situações, muitas crianças são arrastadas e afastadas do seu meio, para não falar das sequelas que este tipo de situações deixa, levando muitas vezes a que o ciclo de violência ou de vitimização se perpetue, uma vez que são estas as referências que têm de uma relação.
Cada vez existem mais campanhas sobre violência doméstica, começando nos primeiros ciclos da escola, alertando para a violência no namoro, mostrando que o control do outro é também um tipo de violência, como por exemplo a cedência das passwords das redes sociais à/ao namorada/o, isso não é amor, não é sinal de confiança, é control, é uma relação tóxica.
É preciso ser muito resiliente, ter coragem e não ceder, para conseguir a libertação de uma relação violenta. Procurar ajuda, não desistir e acreditar em dias melhores.
Para ajudar nesta tomada de decisão e para dar o primeiro passo existem instituições e técnicos preparados para ajudar, inclusive em algumas esquadras de polícia existem gabinetes de apoio à vítima, como o “Espaço Júlia”, com agentes de polícia com formação em violência doméstica e atendimento a vítimas. Este tipo de espaço e de atendimento faz a diferença para a tomada de decisão e na orientação do que fazer numa situação de violência.
A APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) é aquele que mais tem investido nesta área de intervenção, disponibilizando casas abrigo para vítimas que queiram fugir do seu agressor. São casas essencialmente dirigidas para mulheres e seus filhos, pois são estas a grande maioria das vítimas, pelo menos no que se refere a relações amorosas.
Existem também linhas de apoio, voz amiga para ajudar quer no desabafo, como no caminho a seguir.
O que importa é saber que não se está sozinho/a e que o ditado popular já foi re-escrito e hoje em dia diz-se “Entre marido e mulher, alguém mete a colher”.
E vocês tropa, também dizem não à violência?
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