Na sequencia do nosso post de há algumas semanas atrás “Post No hate” tenho vindo a refletir sobre o ambiente onde vivo e quem me rodeia. Atenção que a minha realidade é diferente da Portuguesa, uma vez que moro no estrangeiro. Não obstante, cheguei à conclusão, que cada vez mais vejo sobressaírem sentimentos negativos. Cada vez mais se fala na saúde mental e nos problemas que ultimamente vêm surgindo. Estaremos a andar para o precipício da loucura? Espero que não! Até porque a saúde mental sempre existiu, mas nem sempre foi consciente, ou nem sempre foi assumida. E quando se assume algo parece mais real, acabando pela realidade ser a mesma, mas altercada pela comunicação! De qualquer forma, é assumir perante os outros, o que acaba por ter outro impacto.
Mas o que sinto quando falo em sentimentos negativos é a falta de compaixão, o conceito de fazer o bem ao próximo, de dar sem pensar em receber. Talvez seja um decair da religião/ fé de muitos, da globalização, conhecimento, informação generaliza, social media, dos problemas diários, da competição que se constata em todo lado, na pressão para ser melhor (ter um melhor rabo, um melhor carro, um melhor telefone…), falta de tempo, etc…
Nunca fui religiosa, mas tenho fé. Fui educada, grande parte, pela minha avó que era uma pessoa que gostava de praticar ‘o bem’ e me incutiu tal ensinamento nos ossos. Não sei ser má! (às vezes gostava) Não sou capaz de deliberadamente magoar alguém, ser vingativa e gosto de surpreender com quem me cruzo no caminho pela positiva, mesmo que não seja uma experiência positiva!
Mas a educação de hoje em dia, já não parece ser assim: a azafama, falta de tempo, nos dias de hoje, para passar tempo com os filhos, acabando por haver um descartar da responsabilidade da parte dos educadores, do mais importante, que é a educação dos filhos e o passar dos valores, amor, etc.. Acabando, por de alguma forma, se sentirem muito responsáveis por algo que não sabem mto bem o que é, e substituindo essa falta de responsabilização com o que têm para dar, neste caso, em forma de bens, brinquedos, dinheiro, porque é por esse motivo que não estão presentes. Acabamos por criar humanos pouco genuínos. E atenção, não falo numa realidade Portuguesa, isto é na minha realidade estrangeira.
No geral, sinto que há muito falta de responsabilização, ninguém se quer comprometer ao que quer que seja. É difícil acarretar com responsabilidades. Já acarretamos com tantas! Mas isto, acarreta tantas outras variantes na nossa vida, porque qualquer ato que tenhamos temos de responder por ele.
Excesso de informação no nosso dia a dia: demasiados meios de comunicação, fake news, cria stress e tira-nos do nosso foco: são as alterações climáticas, os fogos, as inundações, a pobreza, Taliban, LGBT, as influencers, o Covid, os botos, as Kardashians e o que virá a seguir…?... Grupos whatsapp disto e daquilo, telemóvel sempre a requerer a nossa atenção, emails, tanta coisa que temos que estar a par. Isto cansa, deixa-nos drenados/ secos mentalmente. Faz com que a nossa RAM fique obstruída e não consigamos pensar e agir no que nos rodeia e no que é realmente importante. Ficamos um tanto ao quanto confusos, talvez.
O que é certo? O que é errado? Tantas perspetivas, tantos variáveis a considerar que por vezes se dá o poder também ao ignorante e à falta de senso comum…
Conseguimos lidar com tudo isto? Será isto que obstrui a nossa capacidade de ter compaixão? Terá ligação? Eu acho que tem.
O nosso cansaço leva-nos a procurar o que é fácil, o “fast food” da vida, aquilo que reluz mas que nem sempre é ouro. Que é a social media, o fácil e rápido de relações, trabalho, educação, etc. A nossa foco de visão fica cada vez mais focado em coisas que não são essenciais e os essenciais ficam para o fundo da gaveta. Mas estes são aqueles que nos darão os frutos um dia. Será que estamos a fazer os esforços certos e que conseguiremos colher os nossos frutos?
Estaremos a deixar para trás coisas importantes como um "desculpe" ou um "se faz favor", boas regras de educação ou mesmo o zelo pelos outros, o ser kind, a aceitação?
Dá que pensar...
Entretando... be kind!
Beijos
Carolina
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