Educar e como educar é um dos dilemas dos pais e factor tão importante na construção da identidade, personalidade, valores, princípios... de uma pessoa.

Sempre gostei da escola, do convívio com os amigos e, de certa forma, também gostava de estudar, nunca dei problemas aos meus pais nesta área.

Também nunca senti que fosse uma preocupação para os meus pais, a forma como era educada na escola, os professores sempre foram vistos como uma classe de respeito e se alguma coisa estivesse mal, o problema devia ser da criança e não do professor. Hummm.. será que é mesmo assim?

A partir do momento que fui mãe este tema mereceu mais a minha atenção e apesar de nunca me ter revoltado ou sentir revoltada contra a escola e o método de ensino tradicional, também nunca tinha pensado muito sobre o assunto.

Então, comecei a explorar outras formas de educar, de ensinar... de aprender, pois o que interessa é a criança/jovem/adulto aprender/saber/conhecer, ou seja o foco deve estar no individuo que quer aprender e não em quem ensina.

Considero que o método tradicional está ultrapassado, vemos crianças e jovens cada vez mais desmotivados com a escola, professores deprimidos e frustrados, ou seja adultos infelizes de uma forma geral, havendo sempre a exceção que faz a regra.

Nesta minha demanda em busca de uma educação centrada em quem quer aprender encontrei métodos/modelos/movimentos/escolas bastante interessantes que partilho convosco as minhas preferências, numa perspetiva de aguçar a vossa curiosidade para pesquisarem sobre o assunto 😊

Este movimento pratica a cooperação educativa, onde alunos e professores negoceiam as atividades e os projetos a desenvolver, promovendo a capacidade de iniciativa, o desenvolvimento moral e cívico, havendo uma corresponsabilização dos alunos pela sua aprendizagem. Cada um define um plano de trabalho autónomo, sendo o professor responsável em acompanhar a execução, apoiando nas dificuldades. É respeitado o ritmo de cada um, todos são implicados no sucesso individual, apoiando aqueles que têm mais facilidades àqueles com maior dificuldade. A competitividade individual é substituída pela interajuda e espírito de equipa.

Método desenvolvido pela Psiquiatra e Pedagoga Maria Montessori, desenhado essencialmente para a primeira infância. Este método defende que a educação se deve desenvolver com base na evolução da criança, na capacidade inata que a criança tem em querer aprender, através da exploração e da compreensão da realidade que a envolve.

Aqui são utilizados os utensílios do quotidiano como materiais didáticos, presentes num espaço organizado por áreas, privilegiando o material multi sensorial, em que a aprendizagem acontece ao fazer-se determinada tarefa. O aluno escolhe o que fazer, onde fazer e se quer fazer só ou acompanhado.

Conheci recentemente este modelo de aprendizagem e tive o privilégio de conhecer, através de uma reunião TEAMS o professor José Pacheco. É daquelas pessoas que tem o dom da palavra, que se gosta de ouvir e que deviam viver para sempre.

É um entusiasta pela educação, fundador da Escola da Ponte em 1976 e desde essa data que se dedica à mudança do ensino tradicional.

Defende uma escola sem turmas, sem ciclos, sem testes, sem reprovações e sem campainhas, apostando numa aprendizagem para a cidadania, em que cada um constrói o ser curriculo e o seu futuro.

É um professor que não dá aulas, nem palestras, o mote para a conversa é baseado em 3 perguntas: 

"O que queres saber?, o que queres fazer? o que queres ser?"

Vale a pena pesquisar no YouTube vão ficar rendidas com as suas palavras. Pelo menos eu fiquei...

E vocês tropa, que modelos de educação vos serve de bussola?