Maternidade: ontem e hoje

Por Snow - abril 20, 2021

maternidade ontem e hoje


A minha primeira gravidez aconteceu em 1997 e a segunda em 2017... isso mesmo: 20 anos de diferença... e que diferença!

Tinha 17 anos quando o meu primeiro filho nasceu e dentro da teenager inconsciente que era, considero que fui uma boa mãe, presente sempre disponível para o meu filho.

Nessa altura, tinha zero conhecimentos sobre maternidade e como ser mãe, então fui aprendendo com as tias, as primas, as avós e ouvindo o meu instinto maternal, que obrigatoriamente teve que despertar.

Com esta idade, a ideia de estar grávida era de uma felicidade aterradora: feliz pelo estado de graça, porém com muito medinho do que aí vinha... barriga a crescer, dores nas costas, contrações, parto, amamentar, saber dar colo, noites sem dormir, cólicas e outras tantas palavras entre vírgulas.

Fui internada um mês antes da data prevista para o parto, por pouco liquido amniótico e duas semanas depois decidiram que estava na hora dele nascer.

Lembro-me de todo o momento do parto: do apoio das primas e das amigas, nas festinhas nas pernas, no choro preocupado da mãe/avó ao ver a sua filha com as ditas contrações, o nervosismo do pai e do pai/avó (homens!)... e de sentir aquele pequeno ser nos meus braços, acabadinho de nascer, tão depressa que nem deu tempo para o pai assistir... foi um momento mágico, em que me senti assoberbada por uma felicidade tal e compreendi o verdadeiro significado do amor incondicional. Foi lindo, ainda sinto arrepios sempre que penso nesse dia e uma emoção extrema chama a lágrima ao canto do olho.

Depois desse dia vieram dias cheios de amor, felicidade, angustia, alegria, receio, compreensão, brincadeiras, medo, partilha, discórdia, crescimento, aprendizagem, gargalhadas, orgulho... muito orgulho. Foi um filho sem planeamento, contudo foi o melhor plano que poderia ter desejado e que muito amo INCONDICIONALMENTE e por quem tenho muito orgulho!

E com isto passaram 20 anos... e eis que, nova gravidez. Já um pouco mais velha (apenas 20 anos a mais), com mais rodagem nos conhecimentos da maternidade, porém igualmente a sentir uma felicidade aterradora daquilo que estava para vir.

Agora já não estudava, já trabalhava, já tinha uma casa para cuidar (lol), sem a ajuda da mãe e da avó... a gravidez foi um pouco mais difícil, mais cansativa e também como alguns kilos a mais (demasiados).

Às 20 semanas fiquei em casa por gravidez de risco, o que soube bem, pois nunca tinha tido tanto sono na vida, o que era excelente para dormir o dia (quase) todo zzzzzzzz e nos entretantos lá ia tricotando uma mantinha para o bebé que aí vinha, preparando o seu canto, as suas roupas, os seus brinquedos e toda uma parafernália de coisas para levar para a maternidade, chegando o dia D ;)

E lá chegou, dois dias depois do tempo, com os sinais do parto e as contrações a acontecer e, parecendo que era a primeira vez, sem saber muito bem o que fazer, se iamos para a maternidade ou comer um gelado...é melhor ir para a maternidade (uh uh uh).

A experiência foi totalmente diferente, embora o hospital fosse o mesmo. Senti que havia um maior cuidado, compreensão/paciência e sensibilidade, o que na primeira vez, houve momentos que escassearam.

Antes de qualquer intervenção, as enfermeiras perguntavam de podiam fazer, se eu dava consentimento e todo o processo do parto foi muito participado. não foi um parto tão simples como o primeiro, neste pedi epidural, pois houve momentos em que senti o descontrolo e não querendo prejudicar o bebé, nem o trabalho das enfermeiras, escolhi ser anestesiada (odiei e ainda hoje sinto essa zona nas costas dormente). E com estes pequenos percalços lá nasceu o meu segundo herdeiro (lol), com o pai ao lado, que tanto me ajudou e com algumas nódoas negras ficou, porque trazer filhos ao mundo tem que ser em alegria e sofrimento partilhado.

E pela segunda vez, senti a evasão de felicidade e o reforço do sentimento de amar alguém INCONDICIONALMENTE.

Também esta segunda aventura tem dias repletos de amor, felicidade, angústia, alegria, receio, compreensão, brincadeiras (agora canso-me mais facilmente... ai a PDI), medo, partilha, discórdia, crescimento, aprendizagem, gargalhadas, orgulho... muito orgulho.

Com a maternidade aprendi o verdadeiro sentido e sentimento da palavra amor incondicional e é o sentimento mais forte que alguma vez senti (assim como o medo).

E vocês tropa, quem amam incondicionalmente?

<3



Foto: Alexandro David (Pexels.com)

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