Covid, confinamento, tele-tudo... até tele-irritação

Por Kel - janeiro 27, 2021

tele-irritação - tropa do batom

Há um ano atrás andava eu a avisar os meus amigos para o covid-19 - "ah isso é uma coisa da China, não stresses" ouvia eu.

Acho que em surdina já passava por maluquinha.

Por isso, já "vivo" o raio do #Covid há um ano, é muito tempo! Durante dias a fio a seguir a estatística, os números diários

- A China está a omitir, fecham um país só por estes números?

"É uma cena da China, não stresses"


Um ano depois, não é uma cena só da China, infelizmente!

Admito que este segundo confinamento está a custar-me bem mais. Sinto-me mais irritada, com menos paciência, menos tolerante ao erro, com menor poder de encaixe.

Nunca fui uma pessoas de grandes contactos, dispenso o cumprimento com beijinhos (principalmente de quem não conheço), não gosto de toques no braço (deixa-me pah, já tens a minha atenção) e detesto sentir o hálito de quem fala comigo... e mesmo eu sendo uma pessoa com vida sociável pacata (alguém que eu conheço e escreve neste espaço deve estar a pensar .... ahaha pacata, ermita queres tu dizer), continuando, mesmo eu, uma criatura caseira, de hábitos e rotinas sem grandes apontamentos estou a atingir o meu limite.

Vemos as noticias e é só fatalidades, vamos passear nas redes sociais e só se vê odio e rambos do teclado - a facilidade com que se insulta ou se fazem ameaças é preocupante.

O mundo digital anda a "parir" uma série de acéfalos, a falta de contacto, de olhos nos olhos torna mais fácil a ofensa.

Neste confinamento que parece não ter fim, sinto que preciso de interação humana para além da minha bolha caseira, até já nem me importo que me toquem no braço, o resto continuo a dispensar, "queressedizer" um abraço forte das amigas não dispensava.

Parece que a nossa realidade virou "tele" em looping, teletrabalho, telescola, teleconsulta, tele-insulto, tele-idiotas... sinto-me tele-irritada!!!

Acho que vou ver um pouco de teleflix, i mean Netflix, para limpar a mente.

E vocês como se sentem? Como encaram o novo confinamento?

Fiquem bem, protejam-se.

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3 comentários

  1. Nesta altura o confinamento nem é o que mais me preocupa, pois em casa sinto-me segura. Preocupa-me que a doença atinja uma parte tão grande da população mais vulnerável e aflige-me a situação económica do país.

    Coisas de Feltro

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  2. acho sinceramente que no primeiro confinamento as pessoas respeitavam bem mais tudo o que se está a passar, agora acho que se estão mesmo a borrifar, aliás os números falam por si.

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  3. Sou como tu, dispenso bem os toques e beijinhos da maioria da pessoa e quando o covid chegou o terminar dos beijinhos foi um alivio para mim ahah.
    Para mim o pior tem sido as redes sociais. As noticias evito ver, já me basta ouvir a minha mãe sempre a lamentar os números. Mas as redes sociais que era suposto ser uma coisa boa e para descontrair têm ficado um nojo. Só ódio, só raiva por tudo e por nada, só intolerância. Já não se aguenta mais.

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